segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Dor de cotovelo? Tem que ter música (II)

Tinha outro texto em mente... um daqueles já meio encaminhados na cabeça, mas ainda não passados pro papel/teclado. Daí vi o texto do Marcus (um dia eu prometo que esse "Marcus" ainda vai sair sem eu ter de pensar duas vezes no que estou escrevendo!), e puxa... foi tanta música vindo à mente duma hora pra outra que eu tinha de escrever pelo menos algumas!! :)

Seguindo no Trem Azul

Quem me conhece sabe que eu não suporto Roupa Nova (eheheeh), mas esta música em particular marcou por uma coisa engraçada... sabe-se lá qual valvulazinha controla a torneira das lembranças... E pra mim ainda é uma incógnita o mecanismo que a faz abrir e liberar este ou aquele pensamento esquecido no fundo da memória... Se alguém me pergunta o que quer que seja sobre a infância/pré-adolescência e meus tempos de colégio, não sei se vou ter muita facilidade em lembrar... mas no entanto, foi começar a ler o texto do Marcus e me veio à mente o meu primeiro dia de aula na quinta série de ginásio. É bom que se diga que estudei até a quarta-série em colégios de bairro (primeiro no interior, depois já aqui em Salvador). Aqueles lugares onde as tias conhecem os meninos um a um, e também seus pais, tios, avós... e o colégio acaba sendo uma extensão da própria casa. Imagina então o primeiro dia num colégio do porte do Liceu Salesiano do Salvador (pomposo, não?) com seus corredores enormes, quadras de esportes e sistema de som (ainda mais quando lembro que em meu antigo colégio, se alguém gritasse numa das salas, ouvíamos em todas as outras)? E é neste ambiente que eu, menino assustado, acabo me metendo, em pleno intervalo, numa quadra de esportes enorme com meninos às centenas - maiores e menores que eu - correndo pra todos os cantos, andando aos grupos... e lá uma hora, atento pro som. E quem está tocando? É... Roupa Nova..

Sangrando
É engraçado que depois de tanto tempo eu ainda lembre disso com tantos detalhes. Eu estava vivendo meu primeiro grande amor, só que ainda não tinha me dado conta... intrigante este amor adolescente. É tudo tão intenso, e as coisas parecem tão mais vivas e cheias de cores, e o mundo passa a ser nosso
com uma intensidade tal que às vezes chega a assustar. Bom... no final das contas, talvez a potencialização de tudo que é bonito seja característica mais do sentimento amor que da etapa adolescência... mas que seja... Tínhamos - eu e o futuro objeto do meu amor - acabado de voltar dum tipo de feirinha de ciências do colégio onde estudava a prima dela. Imagina um evento sem graça, cheio daqueles moleques gritalhões, e onde só havia cerveja sem álcool (acho que alguém deveria matar o cara que inventou a cerveja sem álcool), mas que de repente ganha todo o colorido do mundo, e você não sabe nem o porquê! Estava tarde e liguei pra meu pai pedindo que se possível viesse nos dar uma carona (entendam "dar carona" aí como o ato de sair da cama em casa, pegar o carro e ir ao extremo oposto da cidade pegar o filho e a "amiga" do filho - que evidentemente, não morava perto de nenhum dos dois pontos). E a volta... meu pai, sonolento, eu sem saber onde pôr as mãos, e de repente ela me puxa do nada uma fita cassete (é, os carros antes tinham dessas coisas) com músicas do Gonzaguinha... me pede pra pôr pra tocar, e a primeira música é "Sangrando...". Bom... pra encurtar, depois disso eu só lembro daquele par de olhos enormes cantarolando baixinho largados no banco de trás do carro, da vontade imensa de gritar pela janela o quão feliz eu estava, sem nem entender direito o motivo, e de meu pai na volta, com aquele jeito sereno que é provável que só a experiência traga, perguntando com o mal disfarçado sorriso o que afinal eu e aquela menina vivíamos grudados o tempo todo um no outro...

Deu medo
Pensei em conseguir escrever todo este texto mantendo incólume minha dignidade... até que lembrei desta música. Deixo aqui registrado, portanto, que sou realmente fã das músicas de Leandro & Leonardo. Que fique claro porém, pelo bem do que é justo, que trata-se somente de fase bem específica - tanto de minha vida quanto da carreira deles - e mesmo assim não de todas as canções! Isto posto, conheci uma mulher extremamente envolvente. A forma como conhecemo-nos não vem ao caso. O que interessa é que a primeira vez que saímos foi inusitada... Ela havia vindo me buscar no trabalho, e a coisa toda tinha um ar de proibido que me excitava, visto que ela era casada, bem mais velha, e precisávamos ser discretos. Ou pelo menos até onde se permitiria discreção a um adolescente cheio de hormônios... Acontece que eu entro no carro - uma bela S10, daquelas equipadas - e já sinto um aroma delicioso vindo de cabelo bem cuidado de mulher vaidosa. Isso e mais a música (Leandro e Leonardo), e mais o lugar (o lado oposto da rua do prédio em que trabalhava), e mais toda a atmosfera... bom... e era Leandro e Leonardo...

Garçon
É... a tal da dignidade já foi lá pros cafundós mesmo... pois que venha agora o velho e bom Reginaldo Rossi... essa aconteceu tem anos também... Havia brigado com minha namorada alguns dias antes de um show do Rossi em pleno São João... Tenho um amigo-irmão (que assim como eu, também o adora) com quem já tinha marcado de ir ao show. Bom... Sabe-se lá porque, meu emocional fica em frangalhos quando brigo com alguém de quem goste (e dessa em particular, eu gostava muito); motivo pelo qual eu decidi não ir. Estragaria a noite de ambos com meu mau humor. Na hora marcada chega ele em casa pra me pegar, e eu digo que não vou. Ele, chateado, resolve ir sozinho (o que não chegava a ser nada de muito preocupante, sendo ele um daqueles tipos que onde chega arranja namorada - às vezes mais de uma, inclusive). Mas qual não é minha surpresa quando 40 minutos depois está o meu bom amigo de volta. Havia resolvido curtir minha fossa junto comigo. E lá vamos nós, pra varanda da minha casa, com todas as garrafas de licor que fomos encontrando no caminho (devo admitir que ele também é dado a excessos alcoólicos), um daqueles panelões enormes de amendoim, e o radinho de meu pai... Muitas mágoas choradas depois, acompanhando em dueto os maiores sucessos de nosso herói (que escutávamos ao vivo pelo rádio), dormimos por ali mesmo, na varanda, entre cascas de amendoim e garrafas vazias... A propósito. Depois ficamos sabendo que o congestionamento foi tão grande no caminho do local do show que nós não teríamos conseguido chegar lá caso tivéssemos ido...

E vocês, tem sua listinha preferida?

3 comentários:

Marina disse...

Meu comentário do texto do Vini fica valendo pro seu também, Léo.


E eu acho que você esqueceu de "Borbulhas de Amor" do Fagner... Aposto que você gosta dela tb! hehehehe ;)


Quem dera ser um peixe
Para em teu límpido aquário mergulhar
Fazer borbulhas de amor pra te
Encantar.............


Léo, você sabe ser encantadoramente brega! :******
Leandro e Leonardo??? Affe! rs...

Adoro'cê! :*

Leonardo Caldas disse...

pô... eu gosto mesmo de borbulhas de amor!! ;)
aliás... gosto de váriaaaas do fagner! ;))

Anônimo disse...

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