tag:blogger.com,1999:blog-138268262024-03-23T14:47:37.240-03:00expressões digitaisMarinahttp://www.blogger.com/profile/04629622417052544498noreply@blogger.comBlogger273125tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-7520420545455855622008-09-03T00:01:00.003-03:002010-04-10T03:57:17.407-03:00<div style="text-align: center;"><p></p><br /><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-weight: bold;">aqui jaz, nada mais.</span><br /><br /><br /><br /><p></p></div>Marinahttp://www.blogger.com/profile/04629622417052544498noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-49062165509998262982008-04-29T00:54:00.001-03:002008-04-29T01:09:09.156-03:00Mil novecentos e oitenta e dois...Era um desses domingos à tarde preguiçosos, assistindo Faustão, com o bucho cheio do Bobó de Camarão e do Vatapá de Dona Lurdinha.<br />Julinha, a neta, senta no sofá ao lado do avô, Seu Joca. Julinha tem lá seus trinta e poucos anos, e o avô passa dos oitenta, "mas com carinha de setenta e nove", dizem as netas.<br />Ela pousa a mão sobre as costas do avô, num gesto de afeto, e assim fica por alguns momentos, eventualmente acariciando-lhe sob o pescoço. Seu Joca, distraído, aceita a carícia, permanecendo com sua atenção voltada para a tevê.<br /><br />- Ê, Vôzão!<br />- Diga, minha filha...<br />- Grande ano, hein? Mil novecentos e oitenta e dois...<br /><br />O avô estranha um pouco, visto que estão beirando maio de dois mil e oito.<br /><br />- Oitenta e dois, Júlia? O que é que teve?<br />- Ôxe, vô! Só tô dizendo que foi um grande ano! O movimento pelas diretas... E o senhor lembra da seleção?<br />- Eu até lembro. Era o time de Telê. Grande time! Acabou que perdeu para a Itália, por infelicidade. Mas você tinha oito anos e não estava nem aí para futebol...<br />- Ah, vô... Mas eu reparava um pouquinho...<br /><br />A esta altura, Seu Joca tinha um ar desconfiado. Não olhava mais para a televisão, mas diretamente para a neta. Por um momento, ficaram os dois em silêncio.<br /><br />- Sabe aquela galinha de vidro, que fica na estante do corredor?<br />- Sei, sei! Foi presente do...<br />- Do Coronel, não foi?<br />- Coronel Albuquerque! Ele e a esposa presentearam a mim e à sua avó, num jantar que demos quando eu fui promovido a Capitão.<br />- Quebrei...<br />- Ué? Não ouvi barulho nenhum?<br />- Foi em oitenta e dois...<br /><br />O avô a encara um momento, se levanta e busca a galinha na estante. Examinando com atenção, percebe que o pescoço está colado e que há uma pequena lasca sob a asa direita. Volta-se para a neta.<br /><br />- Em oitenta e dois, minha filha?<br />- É, vô! Mas eu não agüentava mais carregar esse segredo comigo...<br />- Agüentou por um bom tempo, hein?<br />- Olha: foi sem querer! Eu peguei da mesa de centro para colocar num lugar mais alto, porque Jana era pequena e estava querendo pegar para brincar. Aí acabei derrubando...<br />- Ê, menina desastrada! E é assim até hoje, né? Cê sabe que não tem importância, não, né?<br />- Sei, vô. Só precisava contar...<br />- Dá cá um beijo, minha princesinha!<br /><br />Ela beija a bochecha do avô como fazia quando era pequena. O velho coloca a galinha de lado, no móvel ao lado do sofá, passa o braço sobre as costas da neta e volta a atenção para a televisão.<br /><br />- Ê, Seu Joca! Vôzão!<br />- Ê, minha menina...<br />- ...<br />- E noventa e um, vô? Grande ano, hein?<br /><br /><br />[]´sDiógenes Pachecohttp://www.blogger.com/profile/01490268123609830568noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-13560161996436895442007-10-17T00:46:00.000-02:002007-10-17T00:52:40.512-02:00Pretere tu, sofro eu.<div style="text-align: justify;">Verbo foi feito para ser conjugado. Define ação, estado ou fenômeno da natureza. Às vezes indica um fato. Existem verbos que eu aprendi a conjugar. Outros tantos sigo aprendendo. Alguns me estão sempre no gerúndio. Mas o difícil de fato é quando são conjugados para mim. </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><p>Dentre esses tantos, que para mim conjugam, estão o preterir e o esquecer. Porque o problema nunca é comigo. Sou sempre inocente e todos me querem bem. Mas não obstante, sigo à margem, sozinho em minha fantasia de vida, nessa casa vazia, sem qualquer companhia. Sem um toque ou palavras de afeto.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Sigo entre o medo da rejeição e o hábito da dor. A única certeza que tenho agora é que mais uma vez eu confundi você. E me perdi. Você me procurou e eu me entreguei. Isso faz parte de mim, não de você.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Mais uma vez com a cola na mão, mais uma vez a me reconstruir. Tenho a fascinante capacidade de destruir meu coração, meus sentimentos. Sou sempre indesejável. O bom amigo para ter ao lado. Estou sempre a confundir sentimentos. Amor e amizade, sexo e desejo. Querer e evitar.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Era para eu te pegar em casa. Era uma comédia romântica e uma declaração de amor. Era para eu ouvir um sim. Era para estar tocando uma canção do Chico. Era para eu te beijar. Era para eu ser beijado.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Mas eu fiquei em casa. E não vi qualquer filme ou disse qualquer palavra. Mas o problema não sou eu. E não tocou qualquer canção de amor. E eu voltei sozinho, velado em meu mundo decadente. E eu não fui beijado. E você me preteriu.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">Mais uma vez conjugo meu principal verbo. Na mesma pessoa, no mesmo tempo, no mesmo número. Na mesma voz: eu sofro.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal">E que venha um novo dia. E que eu me repita em minhas reticências...</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-19407829166181971712007-10-15T15:54:00.000-02:002007-10-15T15:56:02.200-02:00Engano<div align="justify">A pior hora para ser acordado é mais ou menos uma hora após o começo do sono. O corpo já está entrando em um relaxamento total. Já sabe que não é um simples cochilo. Foi nesse momento que Mariana foi acordada naquele domingo sem graça. Já tinha deitado há algum tempo e entrava na gostosa parte do sono profundo quando o celular tocou, deixando-a desnorteada.<br /><br />Ela demorou alguns segundos para entender que ruído era aquele e mais uns tantos outros para tateando achar o celular na bagunça de seu criado-mudo. Abriu um olho e tentou enxergar o número que estava ligando. Não estava em sua agenda mas era levemente familiar. Balbuciou um alô e ouviu uma voz animada mas que de imediato não reconheceu:<br /><br />- Mariana, meu amor!<br />- Quem é?<br />- Sou eu, Felipe, está lembrando não?<br />- Mais ou menos, o que você quer?<br />- Minha gostosa, me diga onde você está e eu vou aí te ver agora.<br />- Você está louco ou isso é um engano.<br />- Como assim engano, minha paixão? Deixe de ser má, me fale logo onde você está e vamos nos encontrar bem gostoso.<br />- Oras, engano engano... Você pretendia ligar para uma outra Mariana, porque eu não faço idéia de quem você seja.<br />- Não pode ser engano se o seu nome está aqui no meu celular.<br />- Mas é, eu não sou essa Mariana que é seu amor, sua gostosa ou sei lá o quê. Você ligou para a Mariana errada.<br />- Então prove que você não é a minha Mariana.<br />- Eu não tenho que provar nada, você é um doente, vá se tratar e pare de ligar para as pessoas a essa hora da noite, seu tarado juvenil.<br />- Ahá! Olha a prova que você sabe quem sou eu.<br />- O quê?<br />- Você me chamou de tarado juvenil, então me conhece, porque eu sou tarado e sou novo, um tarado juvenil.<br /><br />Com um suspiro e lembrando quem era esse Felipe, Mariana respirou fundo e com uma voz ameaçadoramente baixa, disse:<br />- Olha, não é preciso ser um gênio para deduzir que você é um tarado juvenil. Você me liga super tarde, me chamando de paixão, querendo fazer gostoso comigo, com uma voz alterada, arfando... Só poderia ser tarado.<br />- Mas você também disse juvenil, como explica isso?<br />- Muito mais simples ainda, sua atitude é típica de adolescente, nenhum homem se comportaria assim. Além do mais, agora nos últimos minutos, eu estou relembrando de você.<br />- Não disse? Você estava aqui na minha listinha especial. Eu só não lembro onde você mora, me diga e eu vou te buscar.<br />- Felipe, eu não estou na sua listinha especial, o contato que eu tive com você foi outro. Seu pai me comprou um filhote de cachorro, algo estritamente comercial. Lembra agora que Mariana sou eu?<br />- Lembrei! Mas eu não lembro mesmo onde é a sua casa, explica para mim e vamos juntinhos dar umas risadas do meu engano.<br /><br /><br /><br /> </div>Crica Bhttp://www.blogger.com/profile/10968314414457588537noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-4965492669073430302007-09-26T00:28:00.000-03:002007-09-26T00:31:37.407-03:00Cliques de paixão<div align="justify">Seis meses de conversas. MSN. SKYPE. ORKUT. Suas vidas virtuais estavam entrelaçadas. Ela já tinha se mostrado em inúmeras fotografias. Ele ainda era um mistério. Mas não importava, porque o amor é cego. Ela o achava inteligente, honrado, corajoso e bom de cama. Não há como se saber isso de alguém sem ir às vias de fato, mas ela sabia. Percebia no tom de falar e no breve suspiro de hesitação que ele usava antes de se despedir.<br /><br />Em tempos de internet, seis meses é uma eternidade. Pessoas se apaixonam e desapaixonam em algumas horas. Seis meses era uma vida inteira. Tinha chegado a hora de se encontrarem. Ela cheia de sonhos. Ele cheio de planos. Encontraram-se em um café no shopping. Ele maravilhado. Ela surpresa. Ela não o tinha idealizado daquele jeito. Parecia muito mais velho do que a idade que dizia ter. Era também muito mais baixo.<br /><br />O encontro era para uma torta, um café e um bom papo. Mas ela custou a se sentir a vontade. Definitivamente não era o que ela esperava. Enquanto comia, lembrava de ter respondido a ele no auge da paixão virtual: claro que se rolar química entre nós eu vou com você para um lugar mais reservado.<br /><br />Terminaram a torta e ele levantando-se a chamou para ir com ele. Sem jeito para dizer não, lembrando das inúmeras vezes que anunciou aos quatro cantos que a aparência não importava, ela foi. Então aconteceu. Sexo por sexo, a paixão que achou sentir tinha acabado repentinamente. Mas o sexo foi muito bom. Ela sentiu um prazer extasiante. Não estava, afinal, completamente errada sobre ele.<br /><br />Chegou em casa e teve a impressão que todos sabiam que ela transou no primeiro encontro real. Ninguém levaria em conta os seis meses de romance virtual, tinha certeza disso. Foi para o seu quarto com um sorriso imperceptível no rosto. Não atendeu no dia seguinte o telefonema do seu, agora, amante real. Nem no dia seguinte e seguinte e seguinte. Continuava a mesma, apenas mais safada e menos hipócrita: não fingia mais acreditar que o amor era cego.</div>Crica Bhttp://www.blogger.com/profile/10968314414457588537noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-65279053811370328352007-09-23T18:25:00.000-03:002007-09-23T18:28:17.665-03:00talking 'bout...<p class="MsoNormal">Minha geração envelheceu rápido.</p> <p class="MsoNormal">Os cabelos brancos não combinam com a lisura das faces</p> <p class="MsoNormal">pisou fundo</p> <p class="MsoNormal">E se divertiu rápido demais</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Minha geração envelheceu rápido</p> <p class="MsoNormal">Estudamos na pressa</p> <p class="MsoNormal">E comemos na pressa</p> <p class="MsoNormal">E descemos os degraus de dois em dois</p> <p class="MsoNormal">Emendamos um destino no outro</p> <p class="MsoNormal">Os grãos de areia correndo</p> <p class="MsoNormal">Feito potros</p> <p class="MsoNormal">Nunca me ocorreu que não teríamos mais</p> <p class="MsoNormal">O que fazer depois.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Minha geração envelheceu rápido</p> <p class="MsoNormal">Nos atiramos das bordas do fim das coisas - Uns completos insanos.</p> <p class="MsoNormal">Um novo fim é um novo começo</p> <p class="MsoNormal">-dizíamos-</p> <p class="MsoNormal">precisamos ter valor</p> <p class="MsoNormal">precisamos seguir em frente</p> <p class="MsoNormal">somos um bando de velhos valentes</p> <p class="MsoNormal">com apenas vinte anos.</p>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-16926526372682301472007-09-14T02:12:00.000-03:002007-09-14T02:17:02.208-03:00Baianada dos endereços.<p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Salvador tem uma peculiaridade no nome das ruas (sobretudo das avenidas). Tentando explicar de uma forma básica: às vezes o que parecem ser várias ruas tem um só nome, portanto formalmente é uma rua só. Por outro lado, determinadas ruas são claramente uma coisa só, mas mudam de nome no meio, sendo, portanto, formalmente, mais de uma rua.</span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;">Por exemplo: se você sobe a ladeira para a Federação, logo depois do acarajé da Dinha, você estará entrando na </span></span><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT">Avenida Cardeal da Silva. Não mais que de repente, você já estará, sem entrar em nenhuma curva, balão, retorno ou conexão, na Caetano Moura, que por sua vez é seqüência diretíssima da Ladeira do Campo Santo. Ainda tem a Padre Feijó ligada à ladeira quase que diretamente, se bem que um balãozinho meio enviezado, que na verdade é conexão com a rua da reitoria, pode até dar a desculpa (esfarrapadíssima) para a mudança de nome, neste caso. Ou seja: quatro ruas (formalmente estabelecidas, com placas, logradouro cadastrado nos Correios e CEP) que, na verdade, são uma coisa só. E isso acontece em vários lugares – não vale a pena ficar citando todos, mas a Garibalde vira ACM e depois Tancredo Neves – só para dar outro exemplo.</span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT">Na outra ponta da moeda, estão as avenidas que parecem ser várias coisas diferentes, e nunca mudam de nome. Bom exemplo é a avenida sete, que começa lá no Pelourinho, passa pela Piedade, Campo Grande, Vitória, e quando você está descendo a ladeira da Barra – conhecida como “Ladeira da Barra” – formalmente você está na Avenida Sete, ainda. Tem também a Avenida Paulo VI, que começa pertinho da Orla da Pituba, sobe uns bons dois quilômetros como avenida de calibre, depois faz uma conexão com várias coisas – sendo que uma delas é uma ruazinha perpendicular a esta avenida original, que não é outra coisa senão: Paulo VI. E essa ruazinha se embrenha pelo Caminho das Árvores adentro, fazendo diversas curvas e conexões, sendo que no finalzinho se alarga de novo e vai parar na região do Iguatemi, ainda sendo Paulo VI.</span></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT">Se a idéia de dar nomes às ruas é facilitar a localização, esse tipo de idiossincrasia não ajuda nem um pouco. Não sei se ocorre em outros lugares, mas se não ocorrer, é até algo que posso aceitar se chamarem de "Baianada"... :)</span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT">[]´s<br /></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;font-size:85%;"><span style="font-size: 10pt; font-family: Arial;" lang="PT">(Escrevi qualquer coisa sobre o senado no <a href="http://soteropolitano.blogspot.com">Baiano</a>. Não coloquei aqui para não repetir o assunto.)<br /></span></span></p>Diógenes Pachecohttp://www.blogger.com/profile/01490268123609830568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-49897932993819129382007-09-12T21:26:00.000-03:002007-09-12T21:42:44.139-03:00Senado Brasileiro<div style="text-align: right;">Nojo<br /></div>Asco<br /><div style="text-align: right;">ojeriza<br /></div>Repugnância<br /><div style="text-align: right;">Repulsa<br /></div>Náuseas<br /><div style="text-align: right;">Enjôo<br /></div>Mágoa<br /><div style="text-align: right;">Pesar<br /></div>Dor<br /><div style="text-align: right;">Aversão<br /></div>Ódio<br /><div style="text-align: right;">Antipatia<br /></div>Desprezo<br /><div style="text-align: right;">Rancor<br /></div>Enfado<br /><div style="text-align: right;">Engodo<br /></div>Negaça<br /><div style="text-align: right;">Embuste<br /></div>Logro<br /><div style="text-align: right;">Engano<br /></div>Desilusão<br /><div style="text-align: right;">Tapeação<br /></div>Maldade<br /><div style="text-align: right;">Sacanagem<br /></div>Cilada<br /><div style="text-align: right;">Armadilha<br /></div>Emboscada<br /><div style="text-align: right;">Tocaia<br /></div>Arapuca<br /><div style="text-align: right;">Ardilosidade<br /></div><br /><div style="text-align: justify;">Agora escolha o adjetivo e brade aos quatro cantos sua indignação. Se bem que hoje tem jogo do Brasil, quem vai se preocupar com Renan ou com a corja de velhacos sacripantas, vis pusilânimes abjetos, que se utilizam do covarde manto do mistério para manter a mixórdia como ela deve ser?<br /><br />Meu silêncio jamais será a melhor resposta. Nenhum silêncio num momento como este é bom, mas nosso povo só tem pulmões para berrar mais um gol da seleção. Enquanto ficamos nós, minoria revoltada, imaginando novos adjetivos para desqualificar aquilo que por si só não tem qualquer qualidade.<br /><br />Pois bem, sinto mais uma vez vergonha e revolta. Vergonha de ser brasileiro. Vergonha por saber que a capital do Brasil é distante demais do protesto, do povo. Revolta por saber que nada posso contra o sistema, contra a velada ditadura que insiste em extirpar por meio da democracia nosso direito de viver num país honesto, decente, digno e decoroso.<br /></div><br /><div style="text-align: center;">.<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-71271332387928983002007-08-19T22:52:00.000-03:002007-08-19T23:04:46.690-03:00A morte e o além.Acabei de perceber, aqui, que julho passou em branco. Zero.<br />Talvez nem tenha sido a primeira vez. Não sei. Mas foi a primeira vez que eu percebi.<br />Já vi muitos blogues morrerem. Alguns blogues muito bons já nasceram, cresceram e morreram sob meu olhar atento.<br />Alguns blogues, inclusive, já ressucitaram - coisa que não é para qualquer um.<br />Eu tenho uma certa aversão à morte. Talvez por isso eu seja o único cara de que tenho notícia que tem um blogue desde 1998. Daqui a pouco faz dez anos. (Já tive até uma fase de sucesso, na época do bligue, mas isso não vem ao caso...)<br />Como eu ia dizendo, eu tenho uma certa aversão à morte. Uma das coisas que eu imagino - essas viagens que volta e meia compartilho convosco - é que a civilização humana deveria parar de gastar energia com tantas bobagens - ipods cor de rosa, micaretas em Jequié, bombas atômicas, refis para buballoos -, e direcionar seus esforços para a erradicação completa da morte. O mais breve possível - de preferência antes da minha vez, e se possível antes da vez dos meus amigos...<br />Eu não sou muito bem resolvido no que diz respeito à religião. Não tenho lá essa confiança de que depois da morte o meu caminho segue - ou o de qualquer um.<br />Enfim... Nem que eu tenha que falar sobre a morte ou receitas que levem cenoura (mais uma coisa da qual poderíamos abrir mão, em prol da erradicação da morte), eu não pretendo deixar o Expressões Digitais morrer.<br />Não seria certo de minha parte, afinal...<br /><br />[]´sDiógenes Pachecohttp://www.blogger.com/profile/01490268123609830568noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-62498867814365004022007-06-14T23:50:00.001-03:002007-06-14T23:50:22.747-03:00Teatro<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Mais um domingo adiamantado pelo sol no firmamento, com uma generosa brisa alisando minha tez, enquanto quedo-me isolado dos acontecimentos, curando feridas que causei ao meu coração, que segue comigo meus delírios de amores que modelo com meu lápis impreciso, como aquela música que ouvi num outro domingo igual a este.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Domingo é meu dia de verdade, onde vivo a realidade que criei através da fantasia de outros dias e outros tempos, personagem que interpreto a todo instante. Mas a solidão até que me cai bem, pois não sei como seria ter alguém sempre comigo, suportando minha inquieta quietude, meu silêncio desconfortante e minha frieza calculada.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Sou como um personagem de teatro e faço da minha vida este drama que versejo em minhas linhas em reticências reprisadas. Crio personagens que suportam minhas ações, alter egos que me ocultam de mim mesmo, este desconhecido eu que busco conhecer todos os dias.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Assisto de camarote meus personagens, minhas tragédias inventadas e meu sorriso de mentira, acreditando que algum dia serei eu ali no palco, interpretando com minha máscara a verdade que evito por medo de sofrer. Mas não aceito outro ato enquanto você for o contrapeso em meu sorriso: eterna coadjuvante em meu enredo.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">E em cada passo, ensaio num tablado os novos rumos que levam numa ventura ainda ausente de ciência e me aventuro a todo instante em falas nunca decoradas, mas ensaiadas em minha boca enquanto murmuro pensamentos acabados no instante em que imagino uma nova cena desta minha estranha estória.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Meu monólogo é exaustivo, na medida em que busco seu diálogo em minha história, quebrando o silêncio desta casa, que divido com o vazio e alguns livros que lhe agradam. Mas não deixo de passar meu texto no espelho, esperando o tempo exato de contigo dividir este tablado e minha peça, no anfiteatro do meu quarto.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">E aqui, parado no tempo e no espaço, vou buscando novos textos que definam nossa história, que será contada como quer você que seja, num diálogo preciso ou num monólogo sofrido. Seja como for, sigo eu vivendo personagens, disfarçado, me escondendo enquanto posso desta sombra ululante – eterna solidão.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Mas nunca deixo de ser eu o diretor protagonista deste conto temerário, onde credito meu presente insaciável de você. Sempre você.</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-46086695235457026472007-06-13T23:55:00.000-03:002007-06-13T23:58:08.465-03:00In.quie.ta.çãoMe enlace<br />Me abrace<br />Enquanto ainda sou moça e<br />me torça <br />o pescoço <br /><br />(não precisa ser com força,<br />basta quebrar o osso)<br /><br />não quero me ir de cansaço<br />nem quero me ir de doente<br />(de fígado, de rim, de baço)!<br />prefiro ir de repente.<br /><br />não quero morrer numa cama,<br />sofrendo <br /><br />com a dor me fazendo calo<br /><br />que seja <br />de queda<br />de quebra<br />de tiro.<br /><br />prefiro morrer de estalo<br />faz bem mais o meu estilo.<br /><br />quero um piscar pra morte breve<br /><br />que não passe<br /><br />do espaço <br />de um soluço<br /><br />pra mim tem morte certa.<br />não quero morrer na siesta,<br />prefiro morrer de susto.Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-38171809598375276082007-05-14T09:10:00.000-03:002008-12-10T10:03:27.612-02:00O livro de Chun-Yan.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiulOAND5iLqK3b-ENucALlHVt9Ou1mgrB4tL0TkmcaLiHdLCdrr2Tu9EIyZj_eWr-tK1LoEk3Gw-JgBKzSJ3yGIzqFAyjdxXQ3BrbJBX3pQH5hcU4KvZO-T2sPfqopHqPOeDt-Ow/s1600-h/AliceProfilebytheSea.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5064406928371222418" style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiulOAND5iLqK3b-ENucALlHVt9Ou1mgrB4tL0TkmcaLiHdLCdrr2Tu9EIyZj_eWr-tK1LoEk3Gw-JgBKzSJ3yGIzqFAyjdxXQ3BrbJBX3pQH5hcU4KvZO-T2sPfqopHqPOeDt-Ow/s320/AliceProfilebytheSea.jpg" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;">Baixei no e-mule "Os Ensinamentos Sagrados de Chun-Yan", em arquivo de áudio, traduzido para o português. Agora o ouço em MP3 no celular. É material para muito tempo - provavelmente algumas semanas.<br />Tenho quase certeza de que a voz é a mesma que dublava o senhor Miyagi, do Karatê-Kid. Naquele tom serenamente despreocupado que remete à imagem de um sábio chinês solitário no alto da montanha.<br />Pequenos fatalismos e idéias um pouco mais elaboradas vão surgindo, em uma ordem que, desconfio, vá fazer mais sentido com o desenvolvimento do texto.<br />"Mulheres pequenas parecem pequenos macacos. Dormem agarradas no antebraço, pelos braços e pelas pernas. Olham com olhos de macaco com fome, para conseguir coisas que querem."<br />"Homem abençoado o que tem uma mulher grande e rica, que o deixe dormir por duas luas novas, em seu colo. Que traga ópio para casa, porque não precisa que seu homem vá ao trabalho. Mulheres grandes são ideais para aconchegar o guerreiro cansado. As mulheres grandes podem carregar os mantimentos sozinhas, enquanto o homem cuida da filosofia e da defesa da família."<br />"Bem aventurado o homem ou rapaz que ao seu lado tem uma mulher ágil. Mulheres ágeis tem o espírito do fogo, e conseguem acompanhar o homem em suas aventuras. A mulher realmente ágil é aquela que consegue domar uma besta, com a mesma facilidade que cavalgam uma noite inteira sobre seu homem. De preferência, a mulher ágil pode fazer as duas coisas em um mesmo dia."<br />São diversas coisas nessa mesma linha. Tem sido uma diversão, sob os óculos escuros, analisar as mulheres à minha volta na faculdade, no trabalho, na rua, e imaginá-las se agarrando ao meu braço, domando uma besta, carregando os mantimentos ou cavalgando uma noite inteira sobre mim.<br />Agora mesmo, tem uma loirinha aqui na frente que parece bem ágil...<br /><br />[]´s</div>Diógenes Pachecohttp://www.blogger.com/profile/01490268123609830568noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-67599498359536832582007-05-09T04:30:00.000-03:002007-05-09T18:54:40.626-03:00Quando o amor explode<div align="justify">Hoje eu acordei querendo ter notícias suas. Fechar os olhos e relembrar seu cheiro. Depois de tantos anos e desencontros você continua dentro de mim. É estranho saber que o meu silêncio constrangido durante as suas acusações de descaso não delatou a minha inocência. Sua voz ansiosa por meu aconchego ainda está na minha mente. Como eu posso te explicar que uma sucessão de coisas pequenas impediu o nosso sonho? Não foi covardia, não foi um outro amor... Só posso culpar o maldito acaso que mais uma vez me levou para longe de você.<br /><br />Eu sei que você não vai ler esse desabafo. Mas hoje eu levantei da cama convicta de que amo você. Só você. Sempre você. Meu amor primeiro, meu príncipe encantado do mundo cor de rosa e azul claro.</div>Crica Bhttp://www.blogger.com/profile/10968314414457588537noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-42030773290918481522007-05-03T21:32:00.000-03:002007-05-03T22:06:35.351-03:00El viejo comunista<div style="text-align: center;"><br /><br /><object height="350" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/w2k3L1SJufQ"><param name="wmode" value="transparent"><embed src="http://www.youtube.com/v/w2k3L1SJufQ" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" height="350" width="425"></embed></object><br /><br /><div style="text-align: left;font-family:georgia;"><span style="font-size:85%;">Un viejo que fuera comunista<br />se sienta a fuma la tarde entera<br />mientras buena lluvia cae afuera<br />con voz desnuda, el vejo piensa<br />porque coinciden en su ventana<br />palomas grises con la pena que fumara<br />palomas grises con la pena que fumara<br /><br />tornan sus ojos a un dia lejos<br />cuando a un libro un verso, a una muchacha un pensamiento<br />cuando a un libro un verso, a una muchacha un pensamiento<br />cree que ya nada lo sorprende<br />que se curó de espanto, desgastó el llanto<br />que se curó de espanto, desgastó el llanto<br /><br />Recordó canciones que cantaba<br />y combersaciones con amigos hasta el alba<br />y combersaciones con amigos hasta el alba<br />recordó la esquina de su casa<br />cuando dijo adiós y vio a su madre que lloraba<br />cuando dijo adiós y vio a su madre que lloraba<br />y ahora en sus ojos también llueve, pues le sorprende que aun le duele<br />los años, la vida, su amor<br />los años, la vida, su amor<br /><br />ohh ohh<br />aun le duele<br />ohh ohh<br />aun le duele<br />ohh ohh<br />aun le duele<br />ohh ohh<br />aun le duele</span> </div></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Manuel Garcia é chileno, e esta canção, do disco "Panico", é particularmente bela. É que há sempre uma beleza muito especial em tardes chuvosas... assim como também há no desencanto cheio de melancolia de um velho comunista...</span></span><br /></div>Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-68755589340672331902007-04-17T09:26:00.000-03:002007-04-17T09:31:08.212-03:00Morena<div align="justify">Você passa <em>morenando</em> por aí, deixando meu coração sem graça, perdido e encantado, pulsando acelerado em cada novo encontro, em cada novo papo. Enquanto andas por esquinas a mim estranhas, sinto o pesar dos antagonistas que me roubam-lhe a presença e que me afrontam, pois sou aquele que ainda está do outro lado, longe dos teus dias, longe dos teus olhos, longe dos teus braços.<br /><br />Aprendo todo dia a conhecer as diferenças, nossas distintas existências e me sinto apreensivo por aqueles que a saúdam; me afobo ainda que sabido que não é para já a nossa história. Mas essas tantas diferenças me soam positivas, pois os iguais não se completam: se amontoam.<br /><br />E você que cifra o tédio me cativa a todo instante, tornando a ária o viés do ermo e eu, que verso o fastio dos domingos, sinto sua voz ora familiar tomar conta da minha mente, mais um véu que cai por terra, mais mistérios por saber. E teus enigmas seduzem, já que és fascinação travestida em mel castanho, cor do pecado abençoado por Apolo, lira encantada <em>que rimou todos os sons</em> e minhas letras.<br /><br />Eu que canto versos tradutores de você, sigo roubando poesia como posso, acumulando hordas de palavras e seguindo o instinto de querer mais de você, verbo transitivo, ponto de exclamação, continuação da minha frase, querer com precisão, <em>cativadora</em> de emoção, tempo e ação, finalização.<br /><br />E agora que já sabes do intento, sigo ao relento enquanto busco em ti abrigo, poema de domingo que não versa com o ócio, mas que segue na promessa de fazê-la entender que na distância de nós mesmos, nossos mundos se encontram, e que rimamos um com o outro, soneto métrico disforme, hiato decassílabo, você e eu, unidade indivisível.<br /><br />E porque não?</div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-38091249669937594092007-04-06T01:26:00.000-03:002007-04-06T06:36:17.550-03:00Eu, vovó e os óculos de sol<div align="justify"><span style="font-family:georgia;">Há alguns dias vovó passou por uma cirurgia de catarata, e está em período de recuperação. Correu tudo bem tanto com o procedimento cirúrgico em si quanto com a recuperação inicial. O que, conhecendo-se o espírito irrequieto e personalidade forte da vovó, pode ser considerado sob todos os aspectos como um considerável progresso. Vínhamos conseguindo que ela se mantivesse na casa de uma tia, tranquila e atenta às recomendações médicas... Sabe, é aquele tipo de coisa simples de se seguir, como evitar os vapores vindos do fogão, movimentos bruscos de cabeça, focar lugares muito claros e mais outro tanto de estripolias que em geral nem se imagina mesmo que velhinhos façam. Vovó, evidentemente, já foi pega por várias vezes em frente ao fogão, já quis lavar roupas debaixo de sol a pino, e disse que não precisa mais ir ao médico fazer a revisão. Compramo-lhe uns óculos de sol que na verdade nem são mais tão necessários assim, mas... bom... já que ela não suporta usá-los, e eles lhe dão um certo ar de nobre comicidade, porque não mantê-los um pouco mais?<br /><br />A questão é que tem sido realmente complicado mantê-la sob controle. Trata-se de velhinha que teve sempre sua liberdade, e apesar dos esforços que a família inteira tem feito (some-se a isto inclusive o valoroso grupo de agregados - namorados, amigos outros tantos que orbitam aleatoriamente a família e em geral vem e vão ao sabor do vento e dos relacionamentos) ela na maioria das vezes faz o que bem entende. No rol do que poderia ser considerado <i>"fazer o que bem entende"</i> está resolver sair da casa da tia sem maiores explicações e vir ficar comigo... E eis a situação atual: Ainda que relutantemente, vovó concordou em fazer algumas concessões (do uso dos óculos, apesar da pouca importância prática em sua recuperação, não abrimos mão), e tem até repousado bastante. Tenho feito minha parte e passado mais tempo com ela. O que tem sido, é bom que se diga, uma experiência interessante, já que me permite assimilar um pouco melhor trechos das histórias que ela já contou dezenas de vezes, mas que não haviam ainda ficado tão claros. Ainda ontem, quando acordei, escutei-a conversando. Era ainda muito cedo, e julguei que estivesse falando sozinha (é... ela tem feito isso às vezes), mas lá estava a namorada de meu irmão - a mais nova agregada - escutando-a monologar sobre qualquer coisa pitoresca de sua infância. Pois que seja ela a escutá-la... pelo menos pra ela é ainda novidade a história.<br /><br />No meio da semana temos uma consulta de revisão já marcada com o médico da vovó. Como ela precisa operar os dois olhos, e até agora só fez cirurgia em um, é bem provável que tenhamos dentro em pouco mais um turbulento período de recuperação...<br /><br /><br /></span></div>Anonymousnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-62602352494162993072007-03-30T20:52:00.000-03:002007-03-30T21:05:56.425-03:00De ti<div align="justify">Ainda que o tempo seja breve, cada instante é sempre eterno. À distância de ti, longe de mim mesmo, vagueio vagabundo e vacante – coração clandestino – traduzindo eras e destinos, rompendo como posso os dias, parindo sempre uma nova madrugada. Sigo caminhando em parcas letras, métrica disforme, lógica disléxica de minha poesia – ode ao sofrimento – eterno explanador de sentimentos, espremedor de letras ordenadas, caos organizado.<br /><br />Desse torto cerebelo, extraio sílabas dos dedos e componho inversos versos dispersados, entre as pautas acabadas e dos textos carcomidos pela falta de talento. Mas não calo a minha boca, pois minha muda fala cega é ouvida a léguas de distância – ainda que vazia – arrombando os ouvidos de quem não sabe ler. Mesmo quem não quer saber de nada, sabe que eu verto sentimentos, conspurcando como posso o entendimento de quem quer compreender.<br /><br />Pois na medida da palavra, há distância entre verdade literária e pulsos miocárdios, postulados mentirosos de minha imaginação. E como posso tudo o que pretendo – pretenso pseudo-eu mesmo – inteiro com malícia cada ausência de espaço, medindo na metade o dobro complemento da tua forma, entornando, em cada esquina onde passas, o meu jeito inacabado, projetado na infâmia onde profiro axiomas, mas que não passam de falácias e sofismas de você.<br /><br />Mas como quer que seja eu mesmo, é em você q’eu me vejo, tentativa frustrada de querer saber o que fazer para torná-la resultado da minha equação, binômio de dois mundos diferentes, integrados por matrizes verticais, vértice, ângulo obtuso do cateto adjacente, minha musa inspiradora, catarse intersecta, matemática complexa de amantes duvidosos e disformes. Côncavo e convexo, música complexa de apenas dois acordes dissonantes. Bemol e sustenido.<br /><br />E seguindo meu caminho, cato pela estrada suas partes retalhadas, montando em minha vida sua alma de menina, revivendo em meu presente um passado <em>indistante</em>, crendo que só hoje suporto meu lamento, sorrindo abestalhado na esperança de seus dentes se abrirem para mim.<br /><br />E fim!</div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-52267075429224017282007-03-20T01:58:00.000-03:002007-03-20T06:09:29.923-03:00<div style="text-align: center;"><span style="font-family:verdana;"><p></p><br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);font-size:130%;" >Voltaremos em breve. Ou não.</span><br /><br /><p></p><br /></span></div>Marinahttp://www.blogger.com/profile/04629622417052544498noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-16237534726305319772007-03-13T14:35:00.000-03:002007-03-20T06:09:20.246-03:00PropostaEu te proponho, nós nos amarmos...<br /><br />Bom, a idéia não é postar a música do Roberto, mas, de público (e o faço até para medir algumas coisas), gostaria de sugerir uma idéia que possibilite dar nova vida ao nosso moribundo blog...<br /><br />Estive a pensar acerca dos meus motivos pessoais para deixar de escrever por aqui. Depois de pensar, concluí que não há um motivo, mais alguns fatores que me levaram a largar nosso espaço de mão. Revelo alguns:<br /><br />1. Escrevemos para ninguém. S'eu quisesse reconhecimento, não estaria escrevendo no mundo virtual. Mas sinto-me verdadeiramente desprezado quando nem meus parceiros de blog lêem o que escrevo. Ou acho que está ruim e estão me poupando de comentário (e já dei motivo para isso) ou não se deram ao trabalho de ter o texto. Existe a chance das pessoas nem entrarem no blog, o que seria ainda pior...<br />2. Dificuldades com assunto/forma/frequência. Originalmente este espaço foi criado para escrevermos contos. Além disso, tínhamos dia específico para escrevermos. A partir daí dois problemas se criaram: a dificuldade com a forma, pois nem todos queriam/sabiam escrever contos; nem sempre em nosso dia tínhamos inspiração para escrevermos. Criamos os convidados e convidamos outros membros, além de termos flexibilizado os dias de post. Parece que não adiantou...<br />3. Andamos sem tempo. Essa não é uma boa desculpa, se mantivermos nossos blogs pessoas atualizados...<br /><br />Pois então, por conta desses problemas que eu enfrentei, pensei numa maneira de resolver o impasse...<br /><br />1. Poderíamos sugerir primeiramente um tema e, a partir daí, cada um versaria sobre ele, usando a forma que lhe conviesse eu quando batesse a inspiração.<br />2. Usaríamos o espaço do comentário para argumentar, comentar, etc... Mas o usaríamos...<br /><br />Ainda que não houvesse um tema, podemos escrever qualquer texto, em qualquer forma, versando de todas as maneiras, livremente...<br /><br />Aguardo comentários...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-70614100645241637022007-03-01T11:08:00.000-03:002007-03-20T06:09:12.313-03:00Onono no onono ononOnono nonon nonono onon nonon nononon ononon nono non non non n nononon n ononon nonn onon onon non no non non non nonnonon ooononon nonon n nononon nononon n nonoon nononon nonon. nonono, onon onoon noonnonon, onono non onno! Onono nonono ononon nonononononono on on on no on no nono non nono nonono nonoon noon onn.<br /><br />Ono no, on on non onono nnonon nonon onon nonon. nonono nonon non noon? Onno nono nono nono nononon oonono no n ononono no n on ono nononoono n ono no onooonoonono...<br /><br />Onono nonon nonono onon nonon nononon ononon nono non non non n nononon n ononon nonn onon onon non no non non non nonnonon ooononon nonon n nononon nononon n nonoon nononon nonon. nonono, onon onoon noonnonon, onono non onno! Onono nonono ononon nonononononono on on on no on no nono non nono nonono nonoon noon onn.<br /><br />Ono no, on on non onono nnonon nonon onon nonon. nonono nonon non noon? Onno nono nono nono nononon oonono no n ononono no n on ono nononoono n ono no onooonoonono...<br /><br />Onono nonon nonono onon nonon nononon ononon nono non non non n nononon n ononon nonn onon onon non no non non non nonnonon ooononon nonon n nononon nononon n nonoon nononon nonon. nonono, onon onoon noonnonon, onono non onno! Onono nonono ononon nonononononono on on on no on no nono non nono nonono nonoon noon onn.<br /><br />Ono no, on on non onono nnonon nonon onon nonon. nonono nonon non noon? Onno nono nono nono nononon oonono no n ononono no n on ono nononoono n ono no onooonoonono.<br /><br />Onono nonon nonono onon nonon nononon ononon nono non non non n nononon n ononon nonn onon onon non no non non non nonnonon ooononon nonon n nononon nononon n nonoon nononon nonon. nonono, onon onoon noonnonon, onono non onno! Onono nonono ononon nonononononono on on on no on no nono non nono nonono nonoon noon onn.<br /><br />Ono no, on on non onono nnonon nonon onon nonon. nonono nonon non noon? Onno nono nono nono nononon oonono no n ononono no n on ono nononoono n ono no onooonoonono.Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-1170070894402865332007-01-29T09:40:00.000-02:002007-03-20T06:08:54.042-03:00Cadê o meu sorriso?<div style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Quando você resolver partir, leve consigo aquilo que você desejar. Só não me leve as lembranças, pois é tudo o que tenho para colar meu coração. Desde quando o pensar se tornou súplica, percebi que nada restou além de recordações e promessas não cumpridas. E das juras de amor, restaram frustrações, dor e solidão. E não é aquela solidão da reclusão, recolhimento. Falo de uma cama, dois corpos e a indiferença, talvez o sentimento menos nobre entre duas pessoas. Porque é fácil odiar. Difícil é conviver com seu olhar vazio e meu semblante sombrio.<o:p></o:p></span> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p>As malas podem ficar prontas quando você bem entender. Guarde lá tudo o que lhe for útil. Porque para mim os vestígios de você servirão apenas para constatar que fomos um dia felizes, e a infelicidade é o preço que se paga pela exclusividade, já que juntos somos metade daquilo que pretendemos quando, no deleite profano, esquecemos do resto do mundo e nos dedicamos a nós mesmos. Mas hoje não há motivos para escusas ou arrependimentos.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p>Eu nunca me perdi, porque com você eu conhecia todos os caminhos. Ainda que certo tenha sido eu enquanto fomos a unidade, você me deixou com a companhia do silêncio e um prato solitário na mesa do jantar, companheiro fiel da minha falta de apetite. Coisas da vida. Mas não definharei com meu coração partido. Não permitirei deixá-la sem meu espírito, que hoje vaga buscando sentido.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p>Nosso caso foi pautado pelo amor. Nossas vidas, depois de juntas, foram permeadas pela nobreza do sentimento divino. Agora, que somos dois diferentes transeuntes das ruas desiludidas sem seu sorriso, vou tentando encontrar dublês de você, corpos, corações e afagos. Mas tudo o que encontro é seu rosto, em todos os outros, refletido em meus olhos, espelho quebrado de minh’alma.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p>Quando você encontrar um novo alguém, aquele que arrebate seu coração e lhe tire o fôlego, não lembre de mim. Não pense mais em tudo o que vivemos nem no que juramos, pretendemos. Pense no que deixei de mim em você, e tente ser feliz. Ao menos, tente. Por enquanto seguirei na distância exata da sua existência, entendendo como nosso belo passado se tornou esse tenebroso presente. Do futuro? Nada espero, além da certeza de que tudo passa. Inclusive amores eternos e tristezas desesperadas.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> <span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p>Já que estou aqui, aproveito para dizer que de fato és livre para seguir o seu caminho. De preferência como s’eu fosse aquele sonho que você não lembra bem, mas pareceu tão bom que você gostaria realmente de tê-lo vivido. Como você levou consigo tudo o q’eu tinha, caso me encontre em alguma esquina, peço apenas que me devolva meu sorriso e meu coração, porque estão fazendo muita falta!</span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-1169035393213566722007-01-17T10:02:00.000-02:002007-03-20T06:08:49.210-03:00Antônimos<div style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">O problema é que por mais q’eu tente, não consigo. Não sei explicar ao certo, mas é algo entre a tentativa de evitar e a vontade de não querer, querendo. É algo que não entendo, não pratico e não permito, apenas sinto e deixo que exista, apesar de sufocar. É como tentar definir o meu humor: não sou alegre, não sou triste, não sou nada, mas sou tudo. Eu simplesmente me acho genial e burro, homem e menino, bonito e feio. Sou a confusão vestindo mascaras da certeza. A farsa mais bem criada entre as verdades e sinceridades.<o:p></o:p></span> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="PT-BR">Um misto de angústia e alívio, tontura e equilíbrio, loucura e sanidade. Aliás, o normal é ser anormal, pelo menos do lado de cá do cérebro. Sou um louco que faz de conta que é louco para as pessoas acharem que sou um normal fazendo de conta que sou louco só para fazer charme. Uma incógnita conhecida, a solução de uma inequação cujo produto é o dividendo da soma das partes, ao quadrado. A confusão mental mais organizada que pode existir. Um quarto repleto de objetos jogados, encontráveis apenas aos seus donos.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="PT-BR">A inércia em movimento, pajelança sagrada e a inquietude de um budista. E nessa confusão de sentimentos e sentidos, intentos e descuidos, afago e rudeza, vou aos poucos me perdendo num caminho repleto de rosas e pedras, rios e mares, num desencontro atípico entre todos os encontros possíveis. E não é possível saber para onde ir, qual estrada seguir, pois meus olhos me enganam e meus sentidos, me afastam.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="" lang="PT-BR">E em meu anonimato, sigo entre sinônimos e antônimos, como num hiato, entre mentiras e falsas verdade, sorrisos sem sisos mas cheios de coesão. E vou vagando confundindo, confuso, macambúzio, ensimesmado, espalhafatoso e tímido, o falante mais calado, o amante mais errado, alado e rastejante, eterno pensamento, ato, fato e feitiço, encanto desencontrado, bemol e sustenido.<o:p></o:p></span></p><div style="text-align: justify;"> <span style="" lang="PT-BR">E no vácuo obscuro do embaraço, vou desatando nós, buscando sentindo na acepção – velado.</span></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-1167028751989785972006-12-25T04:38:00.000-02:002007-03-20T06:07:43.906-03:00<a href="http://photos1.blogger.com/x/blogger/3802/382/1600/59626/esperan.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center;" alt="" src="http://photos1.blogger.com/x/blogger/3802/382/320/411076/esperan.jpg" border="0" /></a><br /><strong><span style="color: rgb(153, 0, 0);">É esperável que se diga coisas boas.</span></strong><br /><br /><div align="justify">Eu, às vezes, sou um velho ranzinza, desses de vinte e poucos anos que tem por aí. Resmungo e praguejo um pouco, com velhos chavões da minha laia, como "reafirmo", "eu já falei", "tá cada vez mais assim".</div><div align="justify">Ando preocupado, atualmente, com esse mundo de gente espaçosa. Tenho visto tanta gente que insiste em ocupar mais espaço do que precisa, do que convém, do que tem direito, principalmente, sem invadir o espaço dos outros. Muitos transeuntes, outros muito próximos.</div><div align="justify">E tem ainda quem nos critique - a <em>nosotros</em>, que preferimos um pouco mais de discrição -, por falta de ambição, jogo de cintura, política, sangue no olho.</div><div align="justify">É o tempo do ídolo Roberto Justus, e eu queria mesmo que o pobre coitado que o demitiu não chorasse tanto depois.</div><div align="justify">E estamos precisando, vejam como esse mundo gira!, voltar a ter lanterninhas nos cinemas!</div><div align="justify">(Se bem que talvez essas idéias sejam só ecos do meu mau-humor.)</div><div align="justify">Não é sem propósito tudo isso, deixem que eu diga - antes que vocês achem que estou só querendo estragar a noite.</div><div align="justify">Natal, fim de ano, é tempo de dizer coisas boas, e de preferência de fazê-lo com sinceridade. Depositando esperanças, procurando-as dentro de si, enaltecendo o que temos de bom para oferecer e para colher.</div><div align="justify">E vocês são as minhas esperanças. Meus bons amigos - que não ocupam tanto espaço.</div><div align="justify">E cultivo a esperança de que estejamos mais próximos num futuro próximo, nas próximas ocasiões, na proximidade não de um bairro, um telefonema, ou um blogue, orkut, e-mail, mas de um abraço.</div><div align="justify">Feliz natal!</div><div align="justify">E um 2007 mais próximo para nós!</div><div align="justify"></div><div align="justify">[]´s</div>Diógenes Pachecohttp://www.blogger.com/profile/01490268123609830568noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-1166650495417433112006-12-20T19:33:00.000-02:002007-03-20T06:07:21.008-03:00¿É amor?<span style="" lang="PT-BR">O amor q’eu sempre senti por você me fez enxergar na escuridão por muito tempo. Desde o tempo em q’eu não havia nascido, pois antes de você eu nem existia, eu já esperava te encontrar. Era como ter certeza da certeza do seu ser, ainda que em minha imaginação, de nós dois sempre juntos, como deveria ser.<o:p></o:p></span> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">E mesmo surdo, sempre ouvi sua voz chamando meu nome e dizendo que também me ama. E se muda você fosse, ainda assim entenderia cada palavra cega que você dissesse, mesmo sabendo que você não entende nada do que falo porque estou sempre falando grego com seu coração. E não importa a minha língua, nada posso quando sonegado. Sou negado.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Apesar do tempo que passou e de tudo que perdi, ainda me afogo sempre que te vejo, num cheio de ar no pulmão e a incapacidade de respirar, um sufocar de desespero, com o coração sussurrando qualquer coisa que não quero ouvir. Desde aquela vez, quando não entendi seu olhar de adeus, sigo querendo respostas e encontrando pelo caminho dublês de você, inventando um novo dia, quando todo dia, sem você, é igual.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Hoje sei que foges de mim, por labirintos que não compreendo, estradas que não conheço e caminhos por onde não posso trafegar.<span style=""> </span>Mesmo assim meu amor resiste, sem você, como um lutador na cova dos leões, precisando viver, na esperança de sair dali, liberto e vencedor, pronto para encontrar tudo aquilo que ele sabe: é amor. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Mas na desesperança desesperada e te encontrar, me escondo em cavernas que criei para viver essa vida ordinária de eremita, buscando em mim a parte de você que me falta, pois sei que ao encontrá-la em mim, não precisarei mais do teu porto, seu corpo seguro aquecendo esses dias frios de verão. E sigo cantando versos e lendo canções, vivendo contigo a imagem e ação, minha imaginação. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="" lang="PT-BR">Mesmo miseráveis os meus versos, é pra você que me dedico, me inspiro pra escrever essas mal traçadas tortas linhas, desse meu amor torto e diferente, sobre a sua indiferença. E mesmo sendo errado o amor é sempre bom e, te amar me acalanta. E na esperança desse amor pretenso bom, sonho com o dia que os seus lábios ofegantes hão de se entregar assim: me leve até o fim porque você nasceu pra mim.</span><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">****<br />Livremente inspirado em algumas belas músicas. Mas a verdadeira inspiração vem dela, minha eterna musa.</p>***Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13826826.post-1166156133373969292006-12-15T02:15:00.000-02:002007-03-20T06:07:11.880-03:00Vícios Imorais<p class="MsoNormal">Ligou a antiga vitrola, ainda conservara o costume de ouvir música na velha máquina. Para ele, a música dali saia com uma pureza maior do que nos equipamentos modernos. Escolheu, dentre a sua vasta coleção de LPs, o segundo disco de uma das suas bandas preferidas; Strange Days, de 1967, uma das obras primas do The Doors. Apesar do costume de ouvir música na vitrola e de ser um apreciador do rock dos anos 60 e 70, Júlio era novo. Tinha exatamente 25 anos e 3 meses de idade, entre cigarros, baseados e bebedeiras.<br /><br />Sentado na sua poltrona, bebericava o seu Whisky e fumava mais uma carteira de cigarro, enquanto ouvia som entorpecente daquelas guitarras e da voz de Jim Morrison. Estava para fechar os olhos, quando a campainha do seu apartamento tocou. Foram dois curtos toques e mais três batidas na porta. Ao ouvir isso, logo entendeu. Era Karla, a sua prostituta.<br /><br />Ele conhecera Karla havia mais de três anos. Conheceram-se na festa de um amigo de Júlio, que tinha o costume de pagar algumas prostitutas para garantir a diversão e animação da festa. Mal se olharam e entenderam que entre eles havia um tesão inexplicável, invisível. Karla tinha um jeito de andar que excitava Júlio só de vê-la. Júlio tinha aquele charme de intelectual frustrado que molhava a calcinha de Karla toda vez que ela o olhava. Passaram três anos, trepando sem amor, só com um desejo inexplicável, um desejo que vinha e que, depois de satisfeito, ia embora tão rápido que nunca sabiam o que falar nem como se olhar após o ato.</p> <p class="MsoNormal"><br />Karla chegara ao apartamento de Júlio com a intenção de foder com ele pela última vez. Não agüentava mais aquela sensação estranha que tinha ao vê-lo, era tanto tesão que lhe tirava do sério. Era um tesão puro, nu, sem nenhum pingo de amor, paixão ou até mesmo de admiração mútua. Era um fogo que crescia ao se olharem e tinha seu clímax no gozo. Os dois sempre gozavam juntos, desde a primeira trepada na casa do amigo de Júlio. Karla nunca, em sua vida de prostituta, tinha gozado tanto e de uma forma tão intensa como gozava com Júlio. Isso a incomodava, por isso juntou as suas economias e decidiu viajar para bem longe daquela cidade provinciana, decidida a nunca mais ver Júlio na sua vida.<br /><br />O simples movimento de abrir a porta fez incendiar o apartamento. Ela o agarrou e jogou ele na cama, tirando-lhe a camisa. Ele, ofegante, ainda teve tempo de desabotoar a calça, enquanto ela, louca de tesão, abaixava-se para chupar aquele pau que te dava tanto prazer. Chupou com tanta vontade, com tanto tesão, que se não fosse pelo controle mental de Júlio, ele teria lambuzado aquela garganta com o seu sêmen. Depois de chupado, Júlio enlouqueceu. Transformou-se num bicho do mato. Rasgou a blusa de Karla e mamou naqueles seios de forma tal que arrancou gemidos de prazer intenso na prostituta. Desceu e encontrou a vagina, molhada e só a espera do encontro com aquela língua e aqueles lábios já conhecidos. Karla pensou ter experimentado, naquele momento, um pedaço do paraíso; de um paraíso infernal, do paraíso do prazer daqueles vícios imorais que tanto lhes consumiam. Transaram feito bestas, gozaram não menos que cinco vezes naquela noite, com uma força, um vigor, que parecia que iriam explodir de prazer. Depois, cansados, dormiram pela primeira vez, abraçados e feito crianças depois de um dia longo e cheio de travessuras.<br /><br />Karla acordou mais cedo, olhou para aqueles óculos jogados no chão, aqueles livros na estante e aquele macho nu que lhe dava tanto prazer. Sentiu saudades. Pensou em deixar um bilhete, explicando-lhe o motivo da sua ida, mas, ao invés disso, deixou a sua calcinha com uma frase. "Pelos nossos anos de tesão, de bebedeira, de vícios e de imoralidades, parto para nunca mais voltar, meu amor." Deixou a calcinha no criado-mudo, ao lado da cama. Com os olhos lacrimejando, Karla partiu, para nunca mais voltar e nunca mais sentir o prazer daquelas imoralidades.</p>Unknownnoreply@blogger.com1