segunda-feira, julho 31, 2006

Chapada dos Veadeiros

Dia desses eu comentei que iria à Chapada dos Veadeiros. Pois bem, fui. Eu nunca tinha visto uma cachoeira de perto, muito menos um conjunto tão esplendoroso delas. Essa é uma das maiores vantagens do meu trabalho: a possibilidade de conhecer, praticamente de graça, lugares tão maravilhosos.

A saída contou com algumas dificuldades, afinal de contas além dos 247 quilômetros que separam Brasília do nosso destino final, estávamos num grupo de 11 pessoas e é muito complicado conseguir que todos cheguem no horário marcado. Mas superados os desafios, tudo foi só alegria.

Nosso destino foi a cidade de Alto do Paraíso, praticamente dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. A cidadezinha além de aprazível, conta com um lado místico e segredos de todas as formas. Ficamos numa pousada chamada Paralelo 14 que, de acordo com o proprietário, recebeu este nome em função do paralelo 14 representar o chacra cardíaco da terra, lugar onde as forças do amor e blá blá blá se concentram. E a pousada fica apenas há 1 ou 2 segundos (na escala dos meridianos) do tal paralelo.

Assim que chegamos na pousada, abrigamos nossas bugigangas e saímos para as cachoeiras de nome almécegas. A foto que ilustra o texto é uma das paisagens da primeira, das duas cachoeiras do local. São 4 quilômetros de caminhada muito difícil. Sobe e desce de colinas, mato para todo lado, pedras deformando o chão. Uma maravilha. Era praticamente uma via-crúcis, mas com final muito feliz. Eu como aventureiro resolvi tomar banho nesse lago e nadar até a cachoeira. A água, com temperatura inferior aos 10 graus Celsius é o pior momento, porque não dá para o corpo se acostumar com aquela temperatura e nadar foi algo difícil. A volta, em função do metabolismo baixo por conta da baixa temperatura, foi muito complicada. Eu seguramente acreditei que teria um piripaque no coração.

A trilha para a segunda cachoeira foi bem mais tranqüila. Terreno quase plano e cerca de 200 metros entre a parada do carro e a cachoeira foram fáceis e a paisagem nos reservou bons momentos de exclusiva contemplação da natureza. Mais uma vez, como bom aventureiro, sentei numa pedra donde caíam as águas e me deliciei em mais um banho praticamente abaixo de zero. Mas tudo valeu à pena.

Saindo da cachoeira fomos almoçar no vilarejo de São Jorge. Um lugar perdido no tempo e no espaço. Na verdade uma pequena aldeia hippie com bichos-grilo de todas as idades. Eu realmente me senti nos anos 70. Um banco de gente fumando maconha o tempo inteiro, paz e amor no ar e a beleza desses lugarejos que você não consegue imaginar que ainda existam nos dias de hoje. Mas o cansaço venceu a vontade de continuar explorando o lugar e resolvemos voltar para dormir um pouco.

O segundo dia foi reservado para conhecer o Parque Nacional e o Vale da Lua que, em minha opinião, foi o lugar mais bonito que já vi. Um lugar com pedras cortadas de tal maneira que nos remete à imagem que criamos da lua. Andar sobre aquelas pedras cinzas com cortes indescritíveis é uma sensação única. E logo abaixo uma piscina natural de água azul escuro e fria, demasiado fria. E nadando um pouco é possível entrar numa gruta escavada pelas águas e contemplar ainda mais o lugar. Dentro de uma das grutas caia uma cachoeira fortíssima que, em função da força das águas, fiquei contemplando da gruta anterior. E conhecemos algumas termas de igual beleza e simplicidade.

Bom, é realmente difícil descrever em palavras tudo o que vimos neste fim de semana. Mas é possível assegurar que não há nada mais belo que a natureza, ou mais forte. É incrível como nos sentimos lixo diante de tanta ostentação. É como se fosse um pecado, se não tivesse sido feito por Deus, tanta beleza. E nesses lugares, contemplando a natureza preservada é que nos sentimos mais próximos de uma força superior que criou tudo o que conhecemos. Porque não dá para imaginar que toda a beleza foi obra do acaso.

E, por falta total de condições de descrever tanta beleza, termino por aqui meu relato.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ahh, deve ser muito lindo mesmo!

Que legal, Vini!

Bjus!

Crica B disse...

Fiquei morrendo de vontade de conhecer também.

:-)