domingo, outubro 30, 2005

Refazenda

Aí eu acordei e meu pai me chamou pra ir pra fazenda. Aniversário da minha tia.

Aí eu tomei banho e fui.
Aí eu fiquei sábado e domingo lá.
Aí eu acabei de chegar.
Aí eu não escrevi nada.
Aí eu entrei aqui para colocar essa besteira.

Agora eu vou dormir.

Domingo que vem, direto da terra do sol.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Andrômeda.



Andrômeda

Inicia um giro moroso
Forte e dolorido
Em torno de sua nova órbita
Função de cartesiana lógica
E vai se desligando de coisas
E segue deixando partículas

Inicia um trabalho cansado
Longo e invisível
Construindo seu novo mundo
Mosaico de estratégia matemática
E vai se implantando de ferros
E segue encaixando pedaços

E segue em ritmo

Menos parável e menos abalado

E segue em estrutura

Mais cinzento e mais pesado

E desde o fim daquele ano

A gente nunca mais encontrou o Jairzinho
Pra tomar um chope ou bater um papo
Dizem que os astrônomos o viram chegar em Andrômeda

Num planeta de aço e ósmio

Numa galáxia sem chuva e sol

23/04/1999

quarta-feira, outubro 26, 2005

Sobre uns olhos que vi


Aqueles olhos eram algo assim divinos, uns olhos agateados; no formato eram sim, agateados, pois na cor eu sou suspeito, e gatos, esses, têm os olhos da cor que querem. Ela era loira, nesse ponto posso garantir: era loira! e era bela. Claro que era. Não estariam aqui estas palavras se não fosse bela. Mas creio que agora ela me fez ser preconceituoso; prova do poder que exercem as belas sobre nós. Um crime, discriminar umas em favor de outras, usando a beleza como pretexto. Mas, da cor... desta direi verde, eram verdes? Posto que padeço de uma inexplicável, parcial e indefinida forma de daltonismo que me leva a desconhecer certas cores; explica-se assim o fato de tê-los como verdes. Eram umas esmeraldas belas, das que se mexem, direcionam-se tal qual uma “smart bomb”. Mas, voltando ao tema, era loira, isso era. Estava escuro, mas não erraria, não àquela distância, ela quase aos meus pés, a loira... a bela... Não posso falar de outros detalhes, não fugirei além dos olhos, afinal, foram eles, e somente eles que fisgaram os meus. Estático, estava eu diante daquele verdadeiro poema, olhos poéticos em sua essência, belos, enigmáticos, doces, verdadeiros ímãs. Enquanto estático, como já falei, ela se aproximou, e eu totalmente embevecido sequer percebi. Reagi lentamente ao seu toque no meu ombro, ainda não acreditando, pois, o que teria visto em mim tal criatura? Ela me falou algo, o digo por que vi seus movimentos bilabiais, e que lábios aqueles, brilhando num escarlate ímpar, confesso até que me deram sede. Sua voz era imperceptível, talvez pelo barulho do local, ou me parece que sussurrava, enfim, não sei o que me disse até agora, e daria minha pele por sabê-lo. Rápido como veio ela se foi, deixando como herança um cheiro nunca sentido por mim antes, e esse verdadeiro enigma das palavras indecifráveis...
Luz e Paz!

segunda-feira, outubro 24, 2005

acredito...

acredito:
acredito em meninos que carregam água na peneira
nos que pegam o vento com as mãos em concha
nos que plantam e colhem na terra do nunca
e nos homens que fazem asas de cera
acredito cegamente
em toda a metafísica que não existe no guardador de rebanhos
em todos os amigos imaginários
dos filhos dos meus amigos.
sou capaz de jurar que vi
peixes-bois brincando de sereia, e que são bonitos
estrelas cadentes não são meteoritos
acredito em flores
riachos e fontes
tenho certeza que cachorros bravos mordem
papagaios sabem falar chinês
e pouco me importa se as coisas que acredito existem ou não
muito melhor acreditar por opção que ser
forçado a acreditar em coisas que posso jurar
não existem:
não existem bombas atômicas,
nem balas perdidas
tiros a queima roupa
nem muito menos milhares de mortos pela fome
e nem tente me convencer que existem guerras
pelo menos por agora, só hoje a noite
lembro de uma música mágica
e só por hoje para que eu possa existir amanhã
não sei bem por qual razão,
mas só por agora
existe sim um homem dançando na chuva ao som de hermeto pascoal...

ps: um texto do orfeu que viu o texto da marinazinha gostou e respondeu...

domingo, outubro 23, 2005

Deus é brasileiro

Ela tem 1.75m. Só de pernas, 1.20m. É quase uma ema, se não fosse uma mulher. Bem, ela não é exatamente uma mulher. Porque toda mulher é igual. Só que ela tem 1.20 de pernas. No dia em que ela foi pensada por Deus, houve greve de anjos. Alguns acharam que Ele estava se perdendo no pecado da carne. E ele passou anos e anos apenas idealizando ela. E olha que se Deus fez o universo em 1 semana e saiu isso tudo, imagina uma mulher pensada por anos e anos?

Tão divina que Deus pensou em mudar algumas regras acerca do pecado do sexo. Ele que não é bobo nem nada, queria saber como era esse tal de sexo, porque ela era perfeita. Só que houve uma CPMI no céu e a constituição celeste não pôde ser alterada. Ela era tão gostosa que Jesus se encheu de espinhas e calos nas mãos. E assim explicamos seu sumiço na adolescência: estava trancado em um banheiro do paraíso...

E ela foi criada nos mínimos detalhes. Cabelos loiros como ouro. “Não, melhor ter cabelos negros como a noite, depois vão chamar minha obra-prima de burra e eu vou lançar uma maldição nesses homens de merda”, pensou Deus. E olhos azuis, de uma profundidade inimaginável. Um azul que nem Leonardo Da Vinci conseguiu recriar em suas pinturas. E ela tinha uma pele. Ah, que pele! Ninguém sabe ao certo que tom de pele era aquele. Mas era algo que dava vontade de lamber, porque parecia comida.

E seu nariz tinha uma consonância tão grande com sua testa e seus olhos, que pareciam não existir, tamanha simetria. E o que dizer dos lábios? Carnudos na medida certa. Boca nem grande nem pequena. Era apenas uma boca com lábios perfeitos. Com dentes. Exatos 32. De uma brancura que nem a nuvem mais limpa poderia imitar. Eram dentes que refletiam a imagem dos outros, porque eram brancos demais.

Ela tinha seios. Fartos, lindos, perfeitos e apontando para a bunda celeste. Porque peito que preste olha pra cima. E Deus não iria perder a chance de olhá-los em posição privilegiada. E o que dizer daqueles braços e daquelas mãos? Eram mãos de fada, macias. Nunca varreu uma casa nem lavou um prato. E suas unhas eram bonitas naturalmente. Esmaltadas de fábrica. E aquilo não era barriga, nem umbigo. Ainda não existem adjetivos para definir aquela barriga e aquele umbigo. Ela era gostosa “pracaralho”. Só essa expressão define aquilo.

A melhor parte, vamos falar das pernas dela. Um metro e vinte de pernas. Perna pra dar com pau. Perna pra dar, vender e alugar. Coxas grossas, duras, lindas, torneadas. Joelhos perfeitos. É, porque mulher bonita não pode ter joelho de Paraíba. Pra ser perfeita, até os joelhos precisam ser lindos. Duas rótulas que se encaixavam perfeitas, unindo aquelas coxas deliciosas naquelas canelas perfeitas. Perna de sabiá? Meu ovo esquerdo! Ela tinha canelas lindas, com panturrilhas igualmente grossas, mantendo a proporção com o resto. Quer dizer, resto eram as outras, ela era a massa do bolo, não a colher lambida.

“Com aqueles pés, o vinho ficaria mais gostoso”. E tacou-lhe pés lindos. Nem grandes nem pequenos. Eram pés lindos, onde faltavam ossos e sobrava beleza. Ela tinha o calcanhar mais bonito que alguém imaginou. Já pensou uma mulher linda e perfeita com calcanhares feios? “Eu me livre”, pensou a Onisciência.

Mas tanta beleza precisava de recheio. E Deus lhe deu um cérebro privilegiado. Tão inteligente que era capaz de acabar com a fome, promover a paz mundial e o mais difícil: acabar com a roubalheira numa tal capital federal de um certo país localizado ao Sul do equador. Mas Deus não estava satisfeito. E deu-lhe senso de humor. Ela era capaz de fazer piada de tudo. Ela é dessas mulheres que se senta à mesa de bar e fala bobagem, bebe, come besteira. E ainda continua linda, sensual e feminina. Praticamente um cara. Um brother, um mano. Mas tinha “aquilo” que não temos. Perfeita!

E Deus, com sua paciência celestial, deu-se a coçar sua enorme barba e seu saco pentecostal e passou a pensar e pensar. E pensou muito.

“Com uma mulher dessas aqui no céu eu vou foder a vida do diabo. Ele com aquela Jezebel horrorosa e eu com essa gostosa do caralho por aqui. Ele que fique com os advogados dele lá no quinto dos infernos.”

E Deus passou a sacanear o diabo, gabando-se com sua polaca. Comprou uma Ferrari e ficou passeando, com a barba ao vento e aquele monumento do lado.

A mulher perfeita, essa nunca conhecemos.

E o diabo de raiva, passou a sacanear a gente desde então.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Metalinguagem e eufemismo.

Eu só entrei aqui para contar a história de um cara. Um cara que escreveu uma história, sobre outro cara, em circunstâncias que não vem ao caso.
E esse cara, o da história por fora da outra, está realmente cansado. Escreveu aos poucos, durante a semana, no caderno da faculdade, nos minutos entre aulas, uma bobagem para colocar num blogue. No qual, por sinal, ele nunca mais escreveu. E sente falta.
Subiu para casa na quinta-feira cansado, e esqueceu o caderno no carro.
E o cara está num desânimo...

[]´s


(Vejam se descobrem o fim da história.)

quarta-feira, outubro 19, 2005

Outubro ou nada!

Já fiz muita bobagem nessa vida, e muitas delas, apesar de ditas “bobagens”, foram muito além de ler Paulo Coelho. Já participei de rachas, pratiquei cavalo de pau, pilotei moto sem capacete, e sempre fui amante da velocidade. E já tive arma. Isso lá trás, na minha adolescência no interior. Andava na casa dos dezesseis anos, e, por pura auto-afirmação, comprei um revólver calibre 22. Era comum no meu grupo de amigos - alguns fazendeiros – ter uma arma e sair com a mesma nas ruas. Esse eu acabei perdendo em circunstâncias misteriosas numa saída com os mesmos amigos. Mais adiante, quando aos dezenove, cometi a mesma bobagem. Dessa vez uma arma maior e com porte, e, “endossado” pelo fato de saber atirar, devido a prática no período do serviço militar. À época trabalhava com grandes valores e usei esse subterfúgio para legalizá-la. Nunca dei um tiro com outra direção que não o céu, ou, latinhas de fundo de quintal. Hoje deposito essas atitudes à casa da inconseqüência juvenil, e não vejo graça em ter uma arma, seja qual for a desculpa.

Aí vem o refedendo, ops, referendo. Não dei muita atenção ao mesmo, isso logo no início, o das vinhetas da justiça eleitoral. A princípio meu voto seria “não”, mesmo sem ler quaisquer argumentos. Baseei-me apenas na subtração do direito à legítima defesa, esse inegável, e fato. A campanha tomou a proporção querida pelo governo, num tom de desvio das atenções do lamaçal federal. O próprio referendo em si já se faz desnecessário, e hoje, já decidi não participar dessa patuscada. O país se dividiu entre “sim” e “não”, quem vota para preservar o direito à defesa virou simpatizante do banditismo, um amigo já anda me chamando de “poeta da bala”. Quem vota no “sim” virou santo, e todo artista global sempre foi santo. Santa Fernanda Montenegro mora num palacete cercado de seguranças, jamais fez ou fará uso de uma arma, exceto na ficção. Enfim, a Globo virou uma igreja, um tanto paradoxal, pois acaba de pôr no ar uma novela de nome Bang Bang.

Um tiroteio de estatísticas se trava na mídia, umas manipuladas e outras maquiadas. O sensato é até óbvio, pois basta um cálculo matemático: 70% das armas fabricadas no país são exportadas, 20% vão para as forças militares, o restante fica para empresas de segurança, e menos de 2% desse resto chegam ao cidadão. O “sim” insiste em dizer que a criminalidade prolifera por culpa das armas dos cidadãos, ou que, grande parte das mortes se dá por crimes caseiros. Essa semana chegaram a divulgar que um revólver 38 custa 3 mil reais nas lojas. Achei um exagero, mas, por mim, deveria custar 10 mil. O governo criou o estatuto do desarmamento, e, basta uma olhadela nos artigos principais para ver o quão difícil ficou para se comprar uma arma legal. Afinal, em matéria de burocratizar, todo governo é craque.

O “sim” passa a imagem mágica de que se ganhar, no outro dia, mortes por arma de fogo serão coisa do passado. Acho que quem quer/pode ter uma arma, antes de tudo, tem de ser responsável pelo uso que vai fazer da mesma. Um automóvel é uma arma, e se mal utilizado pode matar, e mata diariamente, mas, nem por isso se fez referendo algum pedindo que se deixe de fabricar automóveis. O homem é seu próprio referendo, cabe a ele, dentro do seu papel, cuidar de si e de sua família, com ou sem armas. O governo é o provedor maior, cabe a ele nos dar segurança decente, e não agir nessa de “toma que o filho é teu”, jogando suas responsabilidades no colo do cidadão tão sofrido. Domingo, quem for votar, que o faça com sensatez, posto que é um tiro dado, depois que vota é tudo ou nada!

Luz e Paz!
[]´s

terça-feira, outubro 18, 2005

Maria de tudo...

E era Maria a dona das rosas estampadas no vestido.
E era Maria a dona das rosas bordadas nas almofadas.
E era Maria a dona das rosas nos panos de prato.
E era Maria a dona das rosas nas cortinas do quarto.
E era Maria alérgica a rosas.

E era Maria a doceira da cidade.
E era Maria a fazer bolos.
E era Maria a fazer moles-marias.
E era Maria a adoçar festas.
E era Maria diabética.

E era Maria sempre sorriso.
E era Maria sorriso gentil.
E era Maria sorriso acanhado.
E era Maria sorriso gargalhado.
E era Maria triste.

E era Maria subindo a ladeira.
E era Maria a bufar.
E era Maria por debaixo dos peitos a suar.
E era Maria bunda a balançar.
Não era feia, era Maria.

E era Maria sol da tarde.
E era Maria Noite e estrelas.
E era Maria canção do dia.
E era Maria humor pra toda sorte.
E era Maria sem Norte.

E era Maria toda pudores
E era Maria toda calores
E era Maria terço na igreja.
E era Maria em cada cena.
E era Maria, na cama Madalena.

E era Maria.
E Maria era.
Do Inverno a primavera.
O que todo o mundo queria.
Até quando não sabia.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Do porquê de a vida ser uma música de Belle and Sebastian

Minha TV pifou... A outra já tinha ido pra nosso sítio há algum tempo, de forma que ficamos em plena sexta-feira à noite sem aparato tecnológico algum que nos aproximasse dos progressos que a humanidade tem atingido nos últimos séculos; e fazendo-nos portanto recorrer a artifícios reprováveis numa família moderna digna do adjetivo... sentamos no sofá, e olhando nos olhos uns dos outros, começamos a conversar (!?). De início timidamente, devido à falta do hábito. Mas depois a coisa toda transcorreu animadamente. Afinal, tínhamos de dar um jeito logo naquilo tudo! Como ousava a TV, este monte de cabos e metal retorcido, nos deixar numa situação difícil daquelas assim, sem o menor aviso!?? Se bem que "avisos" ela até havia dado... afinal, não havíamos percebido como o Francisco Cuoco estava um pouco mais retorcido que de costume? Só que tínhamos atribuído as tais distorções à imperícia dos maquiadores globais... talvez o vento forte na antena lá em cima... E com isso minha mãe havia perdido capítulos de duas novelas, assim, sem mais! E eu, de minha parte, irrecuperáveis horas de sonolenta observação inerte de notíciários esportivos e programas de auditório com cantores desafinados, que tanto me interessam.

Aliás, venho notando uma coisa... Já perceberam quão restauradora é aquela modorra passada diante da TV? E de verdade, até já cheguei a algumas conclusões cá com meus botões! Percebi, por exemplo, que há programas mais indicados que outros a esta saudável prática. Posso dizer, baseado em experiência própria, que um bom horário político é imbatível neste quesito! Com que disposição me ponho a dormir na frente de um deputado! Gosto particularmente das partes em que eles - levados provavelmente pela emoção do momento - prometem mundos e fundos em cima dum palanque qualquer! Nessas horas chego mesmo a roncar! Não gosto muito é de quando eles brigam... é ruim do ponto de vista do sono reparador, porquê daí a coisa toda fica tão atrativa que leva pra longe o sono. Aliás, deputado e senador brigando é coisa que todo brasileiro deveria ter em casa junto com os VHS de festas de 15 anos e churrascos de domingo. É a contribuição da briosa classe política brasileira às reuniões familiares de finais de semana. A propósito, vale lembrar também que em tempos de referendo, mantendo-se toda a tradição de politicamente correto Skank, Margaret Menezes e afins também contam pontos importantes em nossos sofás. Mas nem só de deputados e/ou artistas vive uma família que assiste tv unida. Que dizer dos esportes? Ah... esses agregadores de pais e filhos. Com que naturalidade sentamos eu e meu pai diante de uma tv numa noite de quarta-feira pelo prazer quase infantil de estarmos ambos cochilando em nossos respectivos sofás cerca de 10 minutos depois de iniciada a trasmissão!! Os programas de auditório, por sua vez, são um capítulo à parte. Crescemos todos habituados a assistí-los, e se há quaisquer motivos para que o brasileiro médio sinta-se pequeno e tímido diante de países de primeiro mundo, esse tipo de programação definitivamente não está entre eles! Basta assistir à grade de qualquer tv fechada e perceber que eles não são nada mais que uma pálida e descarada copia de nosso Sílvio Santos! O que é absurdo, considerando-se o ineditismo do formato criado por ele. São gerações de meninos irrequietos e donas-de-casa cochilentas - igualzinhas a mim - em frente à tv, vendo o sorriso do homem do baú e suas atrações, ditadas na voz espetacular do Lombardi. A propósito, será que a voz de hoje ainda é do mesmo Lombardi de meus tempos de moleque, que com galhardia narrava os calouros? Os calouros dos musicais... Nossa... realmente, alguém que passe uma tarde de sábado diante de um dos calouros do Raul Gil e não durma ruidosamente não merece dormir mais...

Mas é isso... minha tv pifou... e eu não sei bem o que fazer... Não acho que sentar num sofá de sala com uma tv desligada seja exatamente divertido. Não sem o entorpecimento que ela traz. Venho tentando soluções alternativas... o computador... livros... é... livros podem vir a ser uma boa. Mas no final das contas, acho que a solução melhor que pode haver é a chegada triunfante de um bom técnico lá em casa... ou, ainda melhor, a chegada de um carregador com uma daqueles aparelhos enormes e cheios de polegadas, do tipo que a gente mal consegue adaptar à própria sala! Eis um homem realizado!
Ah... o título do texto. Não sei... eu estava escutando Belle and Sebastian quando comecei a escrevê-lo. Saiu o título primeiro. Que, a propósito, tem absolutamente nada a ver com o resto dele. Quer pelo título em si (que eu lembre, não chego a citar o grupo em nenhum momento do texto), quer pelas idéias que ele possivelmente evoque a quem quer que já os tenha escutado. É uma música extremamente melancólica, chegando a ser depressiva quando se escuta atentando pra algumas letras. Mas a cabeça da gente é um troço meio doido (a minha mais que a da maioria da pessoas, devo admitir), e nos leva por caminhos tortuosos... e eis que eu, que iniciei um texto triste, termino com um sarcástico em que chego a ter de explicar o título.

O texto é dedicado a um bom e querido amigo que aniversaria hoje, e a quem tive o prazer de ceder o espaço segunda-feira passada. parabéns, orfeu. que os anos que vem pela frente tragam todos eles a falta de compromisso com regras e a incerteza das linhas do teu leminski. Afinal, só com descompromisso e incerteza é que tem graça continuar, né?

domingo, outubro 16, 2005

Sangue no Jornal, bandeiras na avenida "ZIL"*.

Hoje é domingo. É dia de acordar mais tarde e ficar sem fazer nada. Hoje é dia de escrever aqui no Expressões Digitais. Bom, pode não ser dia de escrever, mas no meu caso, é dia para postar. Por acaso hoje é domingo e pela primeira vez estou escrevendo no mesmo dia em que coloco o texto aqui.

Têm sido dias difíceis. Muito trabalho, pouco tempo, e uma estranheza absolutamente diferente pairando no ar. Parece que as coisas estão acontecendo e eu não estou participando. Sinto-me como em outro local. Tudo acontece e eu não vejo ou fico sabendo. Mas dane-se: hoje é domingo. Dia de alegria, de circo e de ver gente que há tempos não vemos.

Para mim domingo é dia de molho. Foi o dia que eu escolhi para ver televisão e todos esses seriados bobos americanos que me fazem sorrir. Domingo é dia que todo mundo sai de casa e eu fico sozinho. É bom uma vez por semana ter a casa só para mim, porque sou o tipo de gente que gosta de ficar sozinho em casa. O silêncio e a tranqüilidade me alegram.

Mas hoje foi o domingo em que todos resolveram ficar em casa. Então meu dia de fazer-o-que-eu-quero não existiu. Ainda bem que trabalho viajando e volta e meia encontro-me absolutamente sozinho por semanas ou meses. Tá certo que só é bom ficar sozinho por horas ou dias. Depois você quer ver os seus.

Mas hoje é domingo, dia de ir a praia e de comer caranguejo. Mas eu não como caranguejo porque dá muito trabalho. Tem que bater, quebrar a casca e se melar todo “chupando” as patas dele. É muito trabalho por pouca carne. Prefiro comer o caranguejo catado, assim não fico todo sujo nem fedendo a marisco.

Hoje também é dia de ir em casa de amigos e vê-los, porque todo mundo trabalha e não sobra muito tempo para os amigos. Mas eu escolhi ficar em casa, então passam as semanas, meses e anos até que eu veja meus amigos. Mas os amigos de verdade eu tento ver sempre. Só que a minha preguiça tem me feito perder momentos importantes. Porque a vida não para, esperando nossa preguiça passar. Em nossa única vida temos duas escolhas: viver ou deixar passar. Eu tenho deixado passar, porque ficar deitado no sofá vendo besteira o dia todo tem sido mais interessante que sair e ver o mundo.

E como eu falei, hoje é domingo. Hoje começou o horário de verão, uma das coisas que eu mais gostava em Salvador. Agora tiraram o horário de verão da Bahia e até o verão perdeu a graça. E odeio quem acha que dorme uma hora a menos no horário de verão, já que a mudança do relógio é como mudar de país com fuso diferente ou morar em Manaus: nesses lugares a hora é diferente e a gente sempre se acostuma. Eu conheci uma pessoa que odiava o horário de verão porque “era pecado mudar a hora de Deus”. Acho que esqueceram de falar para ela que quem inventou o conceito de hora foi o homem. Deus se preocupou apenas em dia e noite. Mas o homem, com mania de medir tudo, foi lá e criou a hora.

Mas eu ando com tanto tempo faltando, que só soube que o horário de verão começaria hoje, hoje de manhã, quando perdi uma das minhas séries favoritas. Porque eu acordei na hora da Bahia, mas o programa passa na hora de Brasília.

Por hora vou ficando por aqui. Semana que vem escrevo direto de Fortaleza – a terra do Sol.

* Gente, pesquisei na Internet e encontrei duas grafias para essa avenida Zil. Alguém sabe se é SIL ou ZIL?

quarta-feira, outubro 12, 2005

O avião da bela adormecida

Era ela, elástica, com uma pele suave da cor do pão e olhos de amêndoas verdes, e tinha o cabelo liso e negro e longo até as costas, e uma aura de antiguidade que tanto podia ser da Indonésia como dos Andes. Estava vestida com um gosto sutil: jaqueta de lince, blusa de seda natural com flores muito tênues, calças de linho cru, e uns sapatos rasos da cor das buganvílias. "Esta é a mulher mais bela que vi na vida", pensei, quando a vi passar com seus sigilosos passos de leoa, enquanto eu fazia fila para abordar o avião para Nova York no aeroporto Charles de Gaulle de Paris. Foi uma aparição sobrenatural que existiu um só instante e desapareceu na multidão do saguão. Eram nove da manhã. Estava nevando desde a noite anterior, e o trânsito era mais denso que de costume nas ruas da cidade, e mais lento ainda na estrada, e havia caminhões de carga alinhados nas margens, e automóveis fumegantes na neve. No saguão do aeroporto, porém, a vida continuava em primavera. Eu estava na fila atrás de uma anciã holandesa que demorou quase uma hora discutindo o peso de suas onze malas. Começava a me aborrecer quando vi a aparição instantânea que me deixou sem respiração, e por isso não soube como terminou a polêmica, até que a funcionária me baixou das nuvens chamando minha atenção pela distração. À guisa de desculpa, perguntei se ela acreditava nos amores à primeira vista. "Claro que sim", respondeu. "Os impossíveis são os outros" , continuou com os olhos fixos na tela do computador, e me perguntou que assento eu preferia: fumante ou não-fumante.— Dá na mesma — disse categórico — desde que não seja ao lado das onze malas.Ela agradeceu com um sorriso comercial sem afastar a vista da tela fosforescente.— Escolha um número — me disse. — Três, quatro ou sete.— Quatro.Seu sorriso teve um fulgor triunfal.— Nos quinze anos em que estou aqui — disse —, é o primeiro que não escolhe o sete. Marcou no cartão de embarque o número do assento e me entregou com o resto de meus papéis, olhando-me pela primeira vez com uns olhos cor de uva que me serviram de consolo enquanto via a bela de novo. Só então me avisou que o aeroporto acabava de ser fechado e todos os vôos estavam adiados.— Até quando?— Só Deus sabe — disse com seu sorriso. O rádio avisou esta manhã que será a maior nevada do ano. Enganou-se: foi a maior do século. Mas na sala de espera da primeira classe a primavera era tão real que havia rosas vivas nos vasos e até a música enlatada parecia tão sublime e sedante como queriam seus criadores. De repente pensei que aquele era um refúgio adequado para a bela, e procurei-a nos outros salões, estremecido pela minha própria audácia. Mas na maioria eram homens da vida real que liam jornais em inglês enquanto suas mulheres pensavam em outros, contemplando os aviões mortos na neve através das janelas panorâmicas, contemplando as fábricas glaciais, as vastas plantações de Roissy devastadas pelos leões. Depois do meio-dia não havia um espaço disponível, e o calor tinha-se tornado tão insuportável que escapei para respirar. Lá fora encontrei um espetáculo assustador. Gente de todo tipo havia transbordado as salas de espera e estava acampada nos corredores sufocantes, e até nas escadas, estendida pelo chão com seus animais e suas crianças, e seus trastes de viagem. Pois também a comunicação com a cidade estava interrompida, e o palácio de plástico transparente parecia uma imensa cápsula espacial encalhada na tormenta. Não pude evitar a idéia de que também a bela deveria estar em algum lugar no meio daquelas hordas mansas, e essa fantasia me deu novos ânimos para esperar. Na hora do almoço havíamos assumido nossa consciência de náufragos. As filas tornaram-se intermináveis diante dos sete restaurantes, as cafeterias, os bares abarrotados, e em menos de três horas tiveram de fechar tudo porque não havia nada para comer ou beber. As crianças, que por um momento pareciam ser todas as do mundo, puseram-se a chorar ao mesmo tempo, e começou a se erguer da multidão um cheiro de rebanho. Era o tempo dos instintos. A única coisa que consegui comer no meio daquela rapina foram os dois últimos copinhos de sorvete de creme numa lanchonete infantil. Tomei-os pouco a pouco no balcão, enquanto os garçons punham as cadeiras sobre as mesas na medida em que elas se desocupavam, olhando-me no espelho do fundo, com o último copinho de papelão e a última colherzinha de papelão, e com o pensamento na bela. O vôo para Nova York, previsto para as onze da manhã, saiu às oito da noite. Quando finalmente consegui embarcar, os passageiros da primeira classe já estavam em seus lugares, e uma aeromoça me conduziu ao meu. Perdi a respiração. Na poltrona vizinha, junto da janela, a bela estava tomando posse de seu espaço com o domínio dos viajantes experientes. "Se alguma vez eu escrever isto, ninguém vai acreditar", pensei. E tentei de leve em minha meia língua um cumprimento indeciso que ela não percebeu. Instalou-se como se fosse morar ali muitos anos, pondo cada coisa em seu lugar e em sua ordem, até que o local ficou tão bem-arrumado como a casa ideal, onde tudo estava ao alcance da mão. Enquanto fazia isso, o comissário trouxe-nos o champanha de boas-vindas. Peguei uma taça para oferecer a ela, mas me arrependi a tempo. Pois quis apenas um copo d'água, e pediu ao comissário, primeiro num francês inacessível e depois num inglês um pouco mais fácil, que não a despertasse por nenhum motivo durante o vôo. Sua voz grave e morna arrastava uma tristeza oriental. Quando levaram a água, ela abriu sobre os joelhos uma caixinha de toucador com esquinas de cobre, como os baús das avós, e tirou duas pastilhas douradas de um estojinho onde levava outras de cores diversas. Fazia tudo de um modo metódico e parcimonioso, como se não houvesse nada que não estivesse previsto para ela desde seu nascimento. Por último baixou a cortina da janela, estendeu a poltrona ao máximo, cobriu-se com a manta até a cintura sem tirar os sapatos, pôs a máscara de dormir, deitou-se de lado na poltrona, de costas para mim, e dormiu sem uma única pausa, sem um suspiro, sem uma mudança mínima de posição, durante as oito horas eternas e os doze minutos de sobra que o vôo de Nova York durou. Foi uma viagem intensa. Sempre acreditei que não há nada mais belo na natureza que uma mulher bela, de maneira que foi impossível para mim escapar um só instante do feitiço daquela criatura de fábula que dormia ao meu lado. O comissário havia desaparecido assim que decolamos, e foi substituído por uma aeromoça cartesiana que tentou despertar a bela para dar-lhe o estojo de maquiagem e os auriculares para a música. Repeti a advertência que a bela havia feito ao comissário, mas a aeromoça insistiu para ouvir de sua própria voz que tampouco queria jantar. Foi preciso que o comissário confirmasse, e ainda assim a aeromoça me repreendeu porque a bela não havia colocado no pescoço o cartãozinho com a ordem de não ser despertada. Fiz um jantar solitário, dizendo-me em silêncio tudo que teria dito a ela, se estivesse acordada. Seu sono era tão estável que em certo momento tive a inquietude que aquelas pastilhas não fossem para dormir e sim para morrer. Antes de cada gole, levantava a taça e brindava.— À tua saúde, bela. Terminado o jantar, apagaram as luzes, mostraram um filme para ninguém, e nós dois ficamos sozinhos na penumbra do mundo. A maior tormenta do século havia passado, e a noite do Atlântico era imensa e límpida, e o avião parecia imóvel entre as estrelas. Então contemplei-a palmo a palmo durante várias horas, e o único sinal de vida que pude perceber foram as sombras dos sonhos que passavam por sua fronte como as nuvens na água. Tinha no pescoço uma corrente tão fina que era quase invisível sobre sua pele de ouro, as orelhas perfeitas sem os furinhos para brincos, as unhas rosadas da boa saúde e um anel liso na mão esquerda. Como não parecia ter mais de vinte anos, me consolei com a idéia de que não fosse a aliança de um casamento e sim de um namoro efêmero. "Saber que você dorme, certa, segura, leito fiel de abandono, linha pura, tão perto de meus braços atados", pensei, repetindo na crista de espuma de champanha o so neto magistral de Gerardo Diego. Em seguida estendi a poltrona na altura da sua, e ficamos deitados mais próximos que numa cama de casal. O clima de sua respiração era o mesmo da voz, e sua pele exalava um hálito tênue que só podia ser o próprio cheiro de sua beleza. Eu achava incrível: na primavera anterior havia lido um bonito romance de Yasumari Kawabata sobre os anciões burgueses de Kyoto que pagavam somas enormes para passar a noite contemplando as moças mais bonitas da cidade, nuas e narcotizadas, enquanto eles agonizavam de amor na mesma cama. Não podiam despertá-las, nem tocá-las, e nem tentavam, porque a essência do prazer era vê-las dormir. Naquela noite, velando o sono da bela, não apenas entendi aquele refinamento senil, como o vivi na plenitude.— Quem iria acreditar — me disse, com o amor-próprio exacerbado pelo champanha. — Eu, ancião japonês a estas alturas.Acho que dormi várias horas, vencido pelo champanha e os clarões mudos do filme, e despertei com a cabeça aos cacos. Fui ao banheiro. Dois lugares atrás do meu, jazia a anciã das onze maletas esparramada mal-acomodada na poltrona. Parecia um morto esquecido no campo de batalha. No chão, no meio do corredor, estavam seus óculos de leitura com o colar de contas coloridas, e por um instante desfrutei da felicidade mesquinha de não os recolher. Depois de desafogar-me dos excessos de champanha me surpreendi no espelho, indigno e feio, e me assombrei por serem tão terríveis os estragos do amor. De repente o avião foi a pique, ajeitou-se como pôde, e prosseguiu voando a galope. A ordem de voltar ao assento acendeu. Saí em disparada, com a ilusão de que somente as turbulências de Deus despertariam a bela, e que teria de se refugiar em meus braços fugindo do terror. Na pressa estive a ponto de pisar nos óculos da holandesa, e teria me alegrado. Mas voltei sobre meus passos, os recolhi, os coloquei em seu regaço, agradecido de repente por ela não ter escolhido antes de mim o assento número quatro. O sono da bela era invencível. Quando o avião se estabilizou, tive que resistir à tentação de sacudi-la com um pretexto qualquer, porque a única coisa que desejava naquela última hora de vôo era vê-la acordada, mesmo que estivesse enfurecida, para que eu pudesse recobrar minha liberdade e talvez minha juventude. Mas não fui capaz. "Que merda", disse a mim mesmo, com um grande desprezo. "Por que não nasci Touro?" Despertou sem ajuda no instante em que os anúncios de aterrissagem se acenderam, e estava tão bela e louçã como se tivesse dormido num roseiral. Só então percebi que os vizinhos de assento nos aviões, como os casais velhos, não se dizem bom-dia ao despertar. Ela também não.Tirou a máscara, abriu os olhos radiantes, endireitou a poltrona, pôs a manta de lado, sacudiu as melenas que se penteavam sozinhas com seu próprio peso, tornou a pôr a caixinha nos joelhos, e fez uma maquiagem rápida e supérflua, o suficiente para não olhar para mim até que a porta foi aberta. Então pôs a jaqueta de lince, passou quase que por cima de mim com uma desculpa convencional em puro castelhano das Américas, e foi sem nem ao menos se despedir, sem ao menos me agradecer o muito que fiz por nossa noite feliz, e desapareceu até o sol de hoje na amazônia de Nova York.


Gabriel García Marquéz

terça-feira, outubro 11, 2005

a do bar...

ainda bem que aqui só tem mulher feia e viado...

sem perguntas, sem respostas...

quem quer saber se esse traste é meu pai, tio, caso ou cafetão?

filha...sou uma filha da puta mesmo!

eu disse que não aceitaria nada dele dessa vez e estou aqui, novamente rendida aos caprichos
dessa barriga cheia de banha...nem o pau é grande!

não preciso... não preciso disso!

isso é Amor?!

essa falsa sensação de companhia?

de estabilidade?

não preciso dele nem pra voltar pra casa!

aaaaaaaahhhhh... mas quero!

quero com tanta força que nada mais importa...

aqui, enquanto os filhos dele estão lá com a mamãezinha gorda, fedorenta, esperando com uma pizza na mesa...

fodam-se todos!

ele me ligou, ele me quer... já me comeu e ainda está aqui, me trouxe aqui...

e se eu acabasse com tudo? de vez... definitivo!

– ei, vou ali trepar com aquele barbudo que está me secando!

Não... nem vou mais olhar...

– paizinho, quero uma água com gás!

porra, faltei a faculdade...vou acabar perdendo a merda da matéria... por mim, é ele que paga! acho que vou perder uma todo semestre...

otária! vê se cresce!!!!

- tô adorando, meu Amor! não, não quero dançar!

será que minha mãe ainda está acordada? não passei o blazer...estágio de escravidão do caralho! homens da lei... colegas, sei! eu que abra as pernas!

e quando a Marília souber que eu dei de novo?

Nunca mais vai me socorrer de madrugada bêbada, rouca de tanto chorar:

- Aquele viado vai pra Barretos, Mary! - Com a porra da família dele! - Tomara que um touro enfie o chifre no cú dele, tomaaara!!!

não acredito que aquele cara vai ficar com aquela baranga!

aposto que é viado! será que se eu não tivesse aqui ele comeria o André?!

ai, meu Deus! tô enlouquecendo... tem exorcismo pra tirar putaria da cabeça? Se bem que o padre da igreja da minha avó é "comível" até a batina.

-Amorzinho, olhe a hora! Não, estou pensando em você... você sabe, não quero que tenha problemas quando chegar em casa (só que ela jogue água quente em seu ouvido!) - eu também... muito!

....

barbudo gostoso, qualquer dia volto aqui!

...


E eu, Patricia, me aproveitando do texto do Orfeu, amigo do Léo e tudo aquilo que ele disse lá embaixo...

segunda-feira, outubro 10, 2005

um café e tudo mais...

devia ser virgem pra desviar os ohos daquele jeito,
ou era o que?
se o coroa do lado não era o pai, ela era puta...
de virgem a puta num pulo!
e puta fiel. desviando os olhos daquele jeito.
o cabra não era pai, apresentou como filha, safado!
é um pervertido, paga a puta e ainda quer chamar de filha
e os outros coroas morrendo de tesão, pela filha puta!
e ele pensando: vou comer minha-filhinha-minha-putinha!
que doente!
pra sentir tesão pela puta tem que chamar de filha e não basta isso
tem que apresentadar pra um monte de coroas desconhecidos e meio
bêbados como se fosse FILHA!
uma hora da madrugada!
não, NÃO pode ser filha!
e se for, que puto sou eu!
deve ser um cara descolado que tá na noite tomando uma com a filha lolita
linda metendo inveja nos garotões e se divertindo com idiotas, que
como eu que ficam achando que ele tá comendo ela...
se for isso, ele também é um pervertido, um filho da puta sem coração!
olha com que coisa foi achar de se divertir!?!?
mas por mil diabos bêbados por que ela desviou o olhar?
deve ser virgem e ter medo de ficar sozinha em casa, por isso o pai
teve que sair com ela contra a propria vontade!
e de pervertido passa a ser um puta pai que não tá se divertindo nem
um pouco com a situação!
e eu um criador de conspirações inúteis!
e eu um bêbado lunático solitário!
mas EU tenho certeza que não sou nada disso, logo pela lógica mais simples
ela é uma puta, ele um pervertido, e eu, um mero observador!
uma puta linda, diga-se de passagem, e como de passagem eu gostaria de
passar tudo que se passa nessa lindinha com cara de virgem!
mas ela não olha pra mim,
nem pra ninguém, o que me deixa mais tranquilo!!
quanto ele tá pagando?
onde ele encontrou ela!?!?
em que maternidade de enfermeiras com saias justíssimas?
eu nunca pagaria por uma puta, mas por uma puta que pode-se chamar de
filha eu venderia minha coleção de Caetano!
e AGORA eu sou o pervertido!
EU o único bêbado inocente nesta noite!
ela tinha que aparecer aqui?
logo hoje que estou sozinho e o bar so tem homens, viados e mulheres feias!
18 anos?
17?
quantos anos?
pode ter 25, tem peito de 25 tem bunda de 25 tem pernas de 25 e se
veste como se tivesse... mas tem cara de 17!
e pra piorar pode ser uma puta menor de idade!
que crime eu cometeria!
pedófilo pervertido desejando comer uma puta com cara de filha
e ainda mulher do próximo!
que puto sou eu!!
doente! mil vezes doente!
é como se sentisse tesão pela pior cena de estupro do filme mais violento!
um PERVERTIDO!
é agora que eu bebo...
e ela não me olhou a noite toda!
e eu nao deixei de olhá-la
e eles dizem tchau
ela vai pra uma caminha, pr'um motel...
ou pra debaixo de uma ponte suja...
escroto coroa filho da puta e pai da puta uma família inteira de filhos da puta!
e entram no carrão e eu nunca mais vou saber
e NEM olha pra me provocar, que descarada!
preciso de um café ou de uma pu-
nheta!

Orfeu é um destes caras admiráveis, do tipo que a gente vive uma vida pra conhecer dois ou três. Insiste em nos fazer pensar que seu nome é André, mas nâo acreditem... Este texto eu li outro dia, e mostra a fase prosa de um cara poesia. Ele não tem blog... mas lê o nosso, e é como se tivesse. Que vocês gostem o tanto que eu gostei.

domingo, outubro 09, 2005

Uma noite de felicidade

Finalmente é sexta-feira. Depois de mais um dia de trabalho você vai ao encontro dos seus amigos para bebericar qualquer coisa que contenha álcool. Comer alguma gordura extra também conta, mas beber é o que importante. Entre um cigarro e outro você ouve diversas histórias e conversa sobre todos os assuntos. Desde política até física quântica. O importante é falar e se fazer ouvir, porque quem não tem voz forte não tem vez em mesa de bar.

Mas o ponteiro do relógio continua trabalhando, apesar de ser fim de semana de descanso para você. Por alguns instantes você esquece o quanto é infeliz e o tamanho da sua depressão. Nessa noite o importante é fabricar uma máscara de felicidade e fazer careta cheia de dentes para todo mundo. Porque para os cegos, os dentes representam felicidade. Mas para você, que por trás dessa máscara é só você de verdade, seu sorriso tem gosto de sal.

E as horas passam e você sabe que vai ter que voltar para casa e para sua verdade. Mas não é hora ainda, porque você quer perpetuar essa felicidade de mentira. E você passa em uma esquina com cheiro de carnaval e compra felicidade em pó. E não precisa nem misturar com água, porque felicidade em pó pode ser inalada. E com seu nariz a postos você começa a cheirar essa felicidade e percebe que de fato você é feliz. Porque alimento pra cabeça só serve para você esquecer dos problemas que você nem lembra que tem.

Mas a noite não será completa sem você encontrar o amor da sua vida. E em outra esquina você a encontra. Trajada em roupas mínimas, mas roupa para o amor da sua vida é transparente, porque você vai ter que tirar mesmo. Quanto menos, melhor. Na verdade ela não precisa ser o amor da sua vida. Esse amor de sexta-feira a noite só precisa dizer, por 50 ou 100 reais, que você é o melhor amante do mundo e que possui o maior sexo entre todos os mortais. Então você terá certeza que é feliz.

E com o nariz repleto de felicidade você encontra seu palácio. Não precisa ter muitas torres e conforto. Em qualquer esquina existirá um castelo para você e sua princesa. E com 30 reais você é o rei do castelo.

Mas o relógio é o cara mais chato que existe, porque ele não cansa de trabalhar. Comida é o suficiente. E as horas passam e o amor da sua vida vem com aquela história que a relação está desgastada e que vocês precisam dar um tempo para avaliarem a situação.

Mas enquanto houver felicidade em pó, existirá vida nessa noite mágica e maravilhosa. E você não se cansa nem tem sono. Não importa a hora, sempre existirá um trio elétrico passando enquanto houver essa tal felicidade. Mas como tudo que é bom acaba, a felicidade também se vai, especialmente quando você tem nariz grande e guloso. E com o sol sorrindo lá em cima você lembra que é hora de ir para casa.

E o vazio é só o que lhe resta nessa manhã de sábado. Dor e solidão. Aflição e pensamentos suicidas. Depois de tanta felicidade você se pergunta porque você está tão triste. Mas você não acha resposta. Mas não importa, porque você sempre vai encontrar uma esquina para comprar mais felicidade, mas sempre não é todo dia, por isso você elege a sexta-feira para ser seu dia feliz.

E fim de papo.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Da janela lateral


A janela do meu quarto já está ficando famosa por aqui, não que ela busque a fama, pelo contrário. Certo é que ela faria jus ao fardo, e bem melhor que certos famosos. Sábado à tarde, deitei um pouco para descansar após o almoço, um tipo de sesta, aquela que é bem comum nos romances do mestre García Márquez, e oriunda dos paises ibéricos. Pois bem, tentei fazer a minha sesta, mas, a televisão me roubou a atenção. Não que houvesse no ar algo digno de se adiar o descanso, isso não. Na verdade era o corajoso, sim, o corajoso Luciano Huck e seu caldeirão de bundas e abobrinhas. O garoto-prodígio-global teve a idéia brilhante de catar audiência reunindo no mesmo quadro, famosos de peso, diga-se: Latino, Grazielli BBB, Felipe Dylon, Preta Gil, Acelino Popó e outros. Nossa pátria é mesmo uma mãe gentil! Fiquei ali espreitando aquela cena sui-generis. Latino contando como sobreviveu nos EUA, tudo que sofreu ainda adolescente dançando em boates, e, como, “infelizmente” voltou ao Brasil. No caso de Popó, foi no estilo câmera fechada e lágrimas. Admiro bastante quem não renega as suas origens, mas o lutador já contou sua história tantas vezes, ele não deveria mais se sujeitar a essa manipulação das televisões, que adoram ver lágrimas rolando, ou seria o público? Mais adiante a loira do BBB, curtindo a fama no rabo do meteoro, jogava ovos noutra loira de peitos turbinados. Vanessa Camargo ensaiava cenas de um casamento anônimo; uma modelo de última hora tentava negar que beijou/transou/ficou com Ronaldo, o fenômeno; e por fim Preta Gil aparecia a gargalhar espalhafatosamente, talvez do cachê que estava ganhando naquele interregno cultural. Até que então eu cochilei. Luciano Huck tem talento, mas quando inventa acaba perdendo a graça. Prefiro minha janela...

Mas vamos ao presente. Hoje eu acordei assim, com uma alegria vazando do peito, com uma vontade de gritar, cantar, sei lá... um sentimento de que “tudo vale a pena, seja como for”, e de que “reclamar da vida é perda de tempo”. Lá fora um sol de primavera flutuando no céu de brigadeiro, pássaros cantam e voam na obrigação diária do bem viver, e as mangueiras felizes os dão guarida sem pedir nada em troca. É o dia no seu curso natural. Um leve vento de otimismo entra no meu quarto para dar realce ao sentimento com o qual despertei. E nesse meio tempo me veio à mente um monte de coisinhas úteis à vida e que sem elas nada faria sentido, até mesmo um programa idiota na televisão. Um vento que veio dizer que viver é bom, mas, viver bem é melhor ainda. Banho de chuva é bom, beijo na boca melhor ainda, na mão, algodão doce, ônibus cheio, pneu furado, água gelada, ver o mar, noite de lua, filme bom, chorar de rir, ficar só, fofocar, tomar sorvete, ligar pra ela, comer fora, domingo no parque, acordar tarde, (mas com ela), discutir, sair sozinho, andar na praia, fazer as pazes, coca-cola, xingar o cara que parou na faixa, ler o Pessoa, o e-mail dela, ser pai, mãe, ser tio, ser brasileiro, ser feio, bonito, engraçado, simpático, ser Flamengo, ouvir Lulu, Legião, U2, pagar mico, comer pizza, pagar conta, ou não, rir de Caetano, de Gil, não ir ao teatro, carnaval, perder a hora, o emprego, a chave, a paciência, a oportunidade, achar dinheiro, guarda-chuva, aquele documento, achar graça, ter dor de barriga, de dente, de cabeça, de cotovelo, ter saudade, inveja saudável (se isso existir), ter tempo, cartão de crédito, roupa nova, mascar chiclete, comprar pão, comprar briga, vender aquele terreno, a bicicleta velha, vender saúde, trocar o carro, trocar de roupa, de cidade, de país, trocar gentilezas, lavar a garagem, o tênis surrado, lavar a moto, a farda, lavar a alma, fazer protesto, passeata, política, fazer amor, votar correto, discutir no condomínio, discutir o projeto, a relação, ir à missa, ao centro, terreiro, ao futebol, paquerar, olhar de lado, pra trás, tropeçar, cair, levantar, amar, sorrir, quebrar o copo, o vaso, quebrar regras, convenções, quebrar a cara e aprender, aprender que a vida é isso e muito mais, e seja a sua como for, vale muito a pena estar aqui!
Luz e Paz!





terça-feira, outubro 04, 2005

Tem um anjo do bem que a olha ... e sempre lhe acerta gotas da paz.


Deixou de ser comum o permanecer na cama, o olhar para o teto em busca de rotas, as lágrimas por não saber em qual delas crer como o caminho da verdade. Havia até um Santiago e uma estrada longa de ressureição, mas só havia. E tudo deixou de ser comum, dentro da rotina que se seguiam as horas. Era a mesma coisa e isso passou a ser grave.

Nem mesmo a normalidade tem trégua. E foi assim... por repetidas vezes. Até que a consciência se afogou no pântano, mas não sem antes deixar um aviso: Preciso de um galho amigo, estou submersa, não afundarei até que ele me toque os dedos.

Mas os dias se passaram. O aviso ecoava por cantos e ouvidos conhecidos. Era um chamado, mas ninguém sabia. Acharam que poderia ser o lamento do vento anunciando uma tempestade. Ou a despedida cantada da madrugada. Mas ela estava lá, afogada e viva, se assim poderia descrever-se.

O sono passara a ser aliado. Subterfúgio para as ameaças contidas no movimento. O mover-se para as ações desajeitadas da alegria, para as bebedeiras pelo prazer das caras sorridentes, para o desempenho costumeiro do trabalho, para a maratona desenfreada do amor. Tornou-se sono, tudo o que lhe seria êxtase.

Quebrava-lhe o sono apenas a fome insaciável. Supria de satisfações açucaradas a falta de cor no quarto, na sala, por trás da janela. Deformava-se a cada aparição no espelho e nem isso parecia importar.

Continuava a ver as rotas, mas as pernas pesavam os quilos da insegurança, do medo sem propósito, do coração descompassado, do vazio tão cheio de solidão. Ela descobrira a ausência de força que nunca deveria ter deixado se rebelar. Vinha dela e isso a fazia sentir-se culpada.

Ainda lhe restava a sombra do que era. Do otimismo defendido e pregado, da voz empostada as músicas, da emoção pelas sensações boas. E era isso que mostrava, a sombra.

Eram gotas de paz...

Só atentos mostraram seus pais. Tum...tum...tum... e assim foram por serem amor e paciência além das medidas.

Nem tão ouvidos os amigos. Sentiam a falta dela, na mesa de bar, ela faltava, nos desabafos pouco se tinha dela. E ela pouco tinha deles.

E ela confusão. Derramava suas aflições e momentos a quem não queria ser banhado dos seus dias. Ganhava nova frustação.

Algumas conversas especiais, acompanhadas da lua ou de uma garrafa de vinho. E sim, esse era um alento.

Mas nada poderiam os outros contra sua resposta apática a tudo que acreditava...nem as cápsulas, nem as lágrimas, nem as músicas ou poesias, luas regadas a vinho... precisava de si e isso não sabia mais ter.


Tem um anjo do bem que a olha... e sempre lhe acerta gotas da Paz.

E enfim ela conseguiu ouvir-se... em uma madrugada tão cheia dela... jogou os próprios galhos... pediu perdão ao Anjo por ter tentado desviar-se das gotas... perdoou-se... despertou sentindo seus próprios movimentos... Ainda boceja o sono intranquilo algumas vezes, o rejeita... E sente a Paz lhe tocar os dedos.

domingo, outubro 02, 2005

Teoria da conspiração número 15

Eu não sei quanto a vocês, mas eu vivo criando teorias da conspiração. Governos que manipulam o povo para determinado fim ilícito e inescrupuloso, órgãos internacionais mancomunados com alienígenas para serem beneficiados quando houver a invasão alienígena, a Guerra das Américas, quando os EUA resolverem invadir o Brasil para dominar nossas fontes de água potável, etc.

Tem até uma teoria muito interessante, criada por um colega de trabalho: o Acre não existe. Segundo ele o Acre é na verdade uma área controlada pelo governo brasileiro. Eis seus argumentos:

- Ninguém conhece um cidadão acreano. Geralmente conhecemos alguém que conhece alguém que...;
- Se você conhece, tenha medo. Ele na verdade é um agente do governo infiltrado na sociedade para nós acreditarmos que o Acre é um estado federado;
- A fronteira do Acre é uma linha reta. Isso não existe.

De acordo com suas teorias, o nome do estado na verdade é a sigla A.C.R.E: “Area Controled Restricted Environment”. Uma área controlada, onde o governo brasileiro trabalha em pesquisas avançadas com alienígenas e mutações genéticas. Inclusive ele acredita que existe também um local reservado para os X-Men, que estão sendo treinados para dominarem o mundo em alguns anos.

Bom, eu não sei se isso é verdade, mas faz algum sentido. Ele tem uma centena de argumentos para convencer os incrédulos, mas não me lembro de todos.

Eu atualmente tenho trabalhado numa teoria conspiratória, que na verdade não é teoria: de fato é uma conspiração instaurada pelos homens brancos para dominarem o mundo, destruindo todos os negros do planeta, ou convertendo-os em escravos funcionais. Não percebemos isso porque as mensagens são passadas de maneira subliminar, ao longo dos anos.

E os movimentos anti-racismo na verdade são instituições criadas pela mesma organização que pretende destruir os negros. Criando essas instituições, eles tiram a atenção primordial de suas atividades inescrupulosas e racistas, fazendo-nos acreditar que na verdade o racismo está sendo fortemente combatido. E o pior: nem todos os governos mundiais sabem disso. Alguns governos acreditam que os Direitos Universais, que igualam todos os homens, foram desenvolvidos para erradicar o racismo. Ledo engano: tudo é para manter no maior sigilo essa organização.
Mas tudo bem. Até agora eu falei um monte de coisas, mas ainda não escrevi uma evidência. Vamos lá:

- Quantas expressões que diminuem a cor negra você conhece? “A situação está PRETA”. “Gato PRETO dá azar”. Já o oposto, com a cor branca, é assim: “Você pode me dar uma luz?”. “Vamos de encontro a luz”.
- Quando morremos, o céu é a luz, a parte branca. Já o inferno é a escuridão eterna.
- Muita gente tem medo do escuro. Não conheço ninguém que tenha medo do claro (e não vale incluir na lista os fotofóbicos, porque isso é uma limitação da visão, que por sinal eu tenho).
- E aquele filme que fala do lado NEGRO da força. Por acaso eles são os mocinhos ou os bandidos?
- Vestir preto no Reveillon dá azar.

Bom, são muitas as evidências. E por mais que pareçam coisas soltas e sem sentido algum, perceba que somos influenciados a acreditar que o preto sempre é ruim e o branco sempre é bom. Logo, nosso cérebro é programado para não gostar do preto e gostar do branco.

Até nos jogos existem várias evidências...

- No Xadrez, por exemplo, as peças brancas são as que iniciam o jogo. Ou seja: a supremacia branca. Os brancos primeiro.
- O juiz de futebol, em regra, se veste de preto. Ele é sempre o sacana da história.
- O inocente jogo de sinuca, ou bilhar. Esse é o mais escroto de todos. A bola branca é a responsável por “matar” todas as bolas. Dependendo da regra, qual é a bola de maior valor, ou seja, a mais “gostosa” de se matar, aquela que quase sempre traz a vitória? É a bola PRETA.

Acho que depois dessa evidência, você nunca mais jogará sinuca (bilhar), sem se sentir culpado por fazer parte, mesmo que inconscientemente, dessa organização maquiavélica...