Morena
Você passa morenando por aí, deixando meu coração sem graça, perdido e encantado, pulsando acelerado em cada novo encontro, em cada novo papo. Enquanto andas por esquinas a mim estranhas, sinto o pesar dos antagonistas que me roubam-lhe a presença e que me afrontam, pois sou aquele que ainda está do outro lado, longe dos teus dias, longe dos teus olhos, longe dos teus braços.
Aprendo todo dia a conhecer as diferenças, nossas distintas existências e me sinto apreensivo por aqueles que a saúdam; me afobo ainda que sabido que não é para já a nossa história. Mas essas tantas diferenças me soam positivas, pois os iguais não se completam: se amontoam.
E você que cifra o tédio me cativa a todo instante, tornando a ária o viés do ermo e eu, que verso o fastio dos domingos, sinto sua voz ora familiar tomar conta da minha mente, mais um véu que cai por terra, mais mistérios por saber. E teus enigmas seduzem, já que és fascinação travestida em mel castanho, cor do pecado abençoado por Apolo, lira encantada que rimou todos os sons e minhas letras.
Eu que canto versos tradutores de você, sigo roubando poesia como posso, acumulando hordas de palavras e seguindo o instinto de querer mais de você, verbo transitivo, ponto de exclamação, continuação da minha frase, querer com precisão, cativadora de emoção, tempo e ação, finalização.
E agora que já sabes do intento, sigo ao relento enquanto busco em ti abrigo, poema de domingo que não versa com o ócio, mas que segue na promessa de fazê-la entender que na distância de nós mesmos, nossos mundos se encontram, e que rimamos um com o outro, soneto métrico disforme, hiato decassílabo, você e eu, unidade indivisível.
E porque não?
Aprendo todo dia a conhecer as diferenças, nossas distintas existências e me sinto apreensivo por aqueles que a saúdam; me afobo ainda que sabido que não é para já a nossa história. Mas essas tantas diferenças me soam positivas, pois os iguais não se completam: se amontoam.
E você que cifra o tédio me cativa a todo instante, tornando a ária o viés do ermo e eu, que verso o fastio dos domingos, sinto sua voz ora familiar tomar conta da minha mente, mais um véu que cai por terra, mais mistérios por saber. E teus enigmas seduzem, já que és fascinação travestida em mel castanho, cor do pecado abençoado por Apolo, lira encantada que rimou todos os sons e minhas letras.
Eu que canto versos tradutores de você, sigo roubando poesia como posso, acumulando hordas de palavras e seguindo o instinto de querer mais de você, verbo transitivo, ponto de exclamação, continuação da minha frase, querer com precisão, cativadora de emoção, tempo e ação, finalização.
E agora que já sabes do intento, sigo ao relento enquanto busco em ti abrigo, poema de domingo que não versa com o ócio, mas que segue na promessa de fazê-la entender que na distância de nós mesmos, nossos mundos se encontram, e que rimamos um com o outro, soneto métrico disforme, hiato decassílabo, você e eu, unidade indivisível.
E porque não?