segunda-feira, julho 03, 2006

Sobre um quadrado e dois mágicos.

Acho que eu devia ter meus 3, 4 anos, quando vi pela primeira vez uma partida de futebol na televisão. Na sala da nossa casa, numa velha Telefunken, um bando de homens corria atrás de uma bola. Achei aquilo uma maçada, e não entendi por que deixava meu pai tão irritado, ou alegre. Àquele momento tudo não passou de bobagens em branco e preto. Andou o tempo, e de 1978, numa copa que foi realizada num país ao sul do nosso, e que o nome agora me escapa; lembro dos papeis picados que os torcedores jogavam no campo. Veio então 1982, Telê, Falcão, Zico, e, Paolo Rossi. Tive raiva desse italiano por um bom tempo. Em 1986 tínhamos um timaço, e, nos pênaltis perdemos para a França. 1990. Lazaroni me impõe silêncio.

Carlos Alberto Parreira em 1994 foi ao ápice. Trouxe o caneco, livrou-nos do jejum de 24 anos. Sofri muito, e confesso: desliguei a tv na cobrança de pênaltis.

1998 eu estava em Salvador, internado num hospital. Contra a Holanda um jogaço. Era a final, todos diziam. Eu disse. Daí, sabemos de cor: Ronaldo, convulsão, Zidane. Aqui silencio.

2002 um show, do técnico ao time.

Sábado acordei estranho. Como quem falta um pedaço. Teríamos um jogo importante, e nosso time não me deixava seguro. Desde o início eu estava assim: inseguro. Era evidente que num certo momento, num momento decisivo, aquele grupo de estrelas tão badalado iria falhar. Existia sim uma alternativa, que seria a escalação que virou contra o Japão, com Cicinho no lugar do ancião perseguidor de recordes, Juninho Pernambucano, Robinho, enfim. Mas, o Quadrado do técnico não ousaria tanto, e optou pela “experiência”. Deu no que deu.

Dói ter que admitir que Zidane deu show. Jogou livre. Ou melhor, desfilou. No palco perfeito fez seu espetáculo, driblou 3 de uma vez, deu chapéu no Fenômeno, correu, parou, e sorriu piscando o olho. O ancião perseguidor de recordes não ganhou uma bola, e de quebra fez a falta que culminou no gol. Entregou na mão, ou, no pé do mágico, que deu com açúcar para Henri empurrar pra rede. Senti um gosto amargo na boca.

De resto fica a certeza da renovação, o fim da era Parreira/Zagallo, o adeus ao ancião perseguidor de recordes, ao velho Emerson, Roberto Carlos dentre outros.

Minhas palmas para o guerreiro Lúcio, para Juan, Zé Roberto, estes que jogaram futebol. E agora, serei português desde criança, mas, puro e simplesmente por causa do grande Felipão, nada mais.

E sobre o segundo mágico, este é um empresário-milionário-candidato alagoano, que, conseguiu fazer sumir das bancas de revista de todo o estado a última edição da revista Istoé. Por que será?
Um ano de Expressões! Agradeço pelos amigos e leitores. Forte abraço a todos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Você não está triste sozinho.
Faço questão de dividir essa tristeza contigo.

Beijo grande,
Alice

www.asmaravilhasdopaisdealice.blogger.com.br

Marina disse...

Eu também me tornei Portugal desde criança... Pena que perdeu para a mesma França! =|



E Parabéns a nós pelo aniversário do blog! :)

;***

Diógenes Pacheco disse...

É, Múcio... não deu para a gente, nem deu para os nossos "irmãos" d´entre D´ouro e Minho. E agora, ainda temos que engolir essa final sacana, que não dá nem para torcer para ninguém - nem os possíveis tetras, nossos velhos rivais, e nem para os viadinhos (e fica feio, até, dizer: nossos algozes).
Que em 2010 tenhamos mais time, mesmo que menos estrelas... :)

[]´s

Anônimo disse...

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