quarta-feira, dezembro 20, 2006

¿É amor?

O amor q’eu sempre senti por você me fez enxergar na escuridão por muito tempo. Desde o tempo em q’eu não havia nascido, pois antes de você eu nem existia, eu já esperava te encontrar. Era como ter certeza da certeza do seu ser, ainda que em minha imaginação, de nós dois sempre juntos, como deveria ser.

E mesmo surdo, sempre ouvi sua voz chamando meu nome e dizendo que também me ama. E se muda você fosse, ainda assim entenderia cada palavra cega que você dissesse, mesmo sabendo que você não entende nada do que falo porque estou sempre falando grego com seu coração. E não importa a minha língua, nada posso quando sonegado. Sou negado.

Apesar do tempo que passou e de tudo que perdi, ainda me afogo sempre que te vejo, num cheio de ar no pulmão e a incapacidade de respirar, um sufocar de desespero, com o coração sussurrando qualquer coisa que não quero ouvir. Desde aquela vez, quando não entendi seu olhar de adeus, sigo querendo respostas e encontrando pelo caminho dublês de você, inventando um novo dia, quando todo dia, sem você, é igual.

Hoje sei que foges de mim, por labirintos que não compreendo, estradas que não conheço e caminhos por onde não posso trafegar. Mesmo assim meu amor resiste, sem você, como um lutador na cova dos leões, precisando viver, na esperança de sair dali, liberto e vencedor, pronto para encontrar tudo aquilo que ele sabe: é amor.

Mas na desesperança desesperada e te encontrar, me escondo em cavernas que criei para viver essa vida ordinária de eremita, buscando em mim a parte de você que me falta, pois sei que ao encontrá-la em mim, não precisarei mais do teu porto, seu corpo seguro aquecendo esses dias frios de verão. E sigo cantando versos e lendo canções, vivendo contigo a imagem e ação, minha imaginação.

Mesmo miseráveis os meus versos, é pra você que me dedico, me inspiro pra escrever essas mal traçadas tortas linhas, desse meu amor torto e diferente, sobre a sua indiferença. E mesmo sendo errado o amor é sempre bom e, te amar me acalanta. E na esperança desse amor pretenso bom, sonho com o dia que os seus lábios ofegantes hão de se entregar assim: me leve até o fim porque você nasceu pra mim.


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Livremente inspirado em algumas belas músicas. Mas a verdadeira inspiração vem dela, minha eterna musa.

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