sexta-feira, setembro 14, 2007

Baianada dos endereços.

Salvador tem uma peculiaridade no nome das ruas (sobretudo das avenidas). Tentando explicar de uma forma básica: às vezes o que parecem ser várias ruas tem um só nome, portanto formalmente é uma rua só. Por outro lado, determinadas ruas são claramente uma coisa só, mas mudam de nome no meio, sendo, portanto, formalmente, mais de uma rua.

Por exemplo: se você sobe a ladeira para a Federação, logo depois do acarajé da Dinha, você estará entrando na Avenida Cardeal da Silva. Não mais que de repente, você já estará, sem entrar em nenhuma curva, balão, retorno ou conexão, na Caetano Moura, que por sua vez é seqüência diretíssima da Ladeira do Campo Santo. Ainda tem a Padre Feijó ligada à ladeira quase que diretamente, se bem que um balãozinho meio enviezado, que na verdade é conexão com a rua da reitoria, pode até dar a desculpa (esfarrapadíssima) para a mudança de nome, neste caso. Ou seja: quatro ruas (formalmente estabelecidas, com placas, logradouro cadastrado nos Correios e CEP) que, na verdade, são uma coisa só. E isso acontece em vários lugares – não vale a pena ficar citando todos, mas a Garibalde vira ACM e depois Tancredo Neves – só para dar outro exemplo.

Na outra ponta da moeda, estão as avenidas que parecem ser várias coisas diferentes, e nunca mudam de nome. Bom exemplo é a avenida sete, que começa lá no Pelourinho, passa pela Piedade, Campo Grande, Vitória, e quando você está descendo a ladeira da Barra – conhecida como “Ladeira da Barra” – formalmente você está na Avenida Sete, ainda. Tem também a Avenida Paulo VI, que começa pertinho da Orla da Pituba, sobe uns bons dois quilômetros como avenida de calibre, depois faz uma conexão com várias coisas – sendo que uma delas é uma ruazinha perpendicular a esta avenida original, que não é outra coisa senão: Paulo VI. E essa ruazinha se embrenha pelo Caminho das Árvores adentro, fazendo diversas curvas e conexões, sendo que no finalzinho se alarga de novo e vai parar na região do Iguatemi, ainda sendo Paulo VI.

Se a idéia de dar nomes às ruas é facilitar a localização, esse tipo de idiossincrasia não ajuda nem um pouco. Não sei se ocorre em outros lugares, mas se não ocorrer, é até algo que posso aceitar se chamarem de "Baianada"... :)

[]´s

(Escrevi qualquer coisa sobre o senado no Baiano. Não coloquei aqui para não repetir o assunto.)

Um comentário:

Vinicius disse...

Meu velho,

aqui em Fortaleza é a mesma coisa: uma rua tem três nomes, depois volta ao nome original.

As vezes várias ruas têm o mesmo nome. Para um novato como eu, é muito complicado andar por aqui.

A sorte é que a cidade é completamente estruturada, com placas, números e outras coisas que não existem em Salvador.

Abraços