Morango e chantilly.
Garcia estancou ao vê-la. Comia um morango com chantilly e ouvia “Je T´aime” com volúpia, com a cadeira virada de lado para a mesa, onde estava a garrafa e duas taças servidas de champanhe. O ambiente estava à meia luz, e ela vestia uma lingerie nova vermelha, justa, especialmente apertada nos seus seios macios e generosos. ”Puta que pariu!” escapou-lhe de súbito, o que provocou em Helena um riso sacana, de canto de boca, enquanto chupava com lenta vontade o morango.
Garcia percebeu a interpreção errada à sua reação. Não era na verdade entusiasmo, e sim realmente susto da situação inesperada. Não sabia o que fazer.
Há três meses estava com tudo planejado, certo, e aquela manhã despediu-se como em todas as outras para ir ao trabalho. Não foi. Buscou Clarice, loira fatal e fogosa, secretária de um dos colégios para os quais ele ensinava, e passou a tarde inteira no motel. Deu oito, conta exata. Estava completamente exaurido. Exaurido, feliz, e relaxado demais para reagir à altura daquela situação.
Além disso, passava-lhe pela cabeça que era coincidência demais, justo nesse dia, aquela história de recepção calorosa.
Na indecisão do que fazer, quando se deu por conta, Helena já havia colocado-o sobre a cadeira e beijava-o, com um morango entre os dentes.
E ficava mais e mais difícil de pensar enquanto ela passou chantilly em sua bochecha, lambeu, perguntou cochichando em seu ouvido “gostosa, meu amor?”, pegou a mão dele e colocou entre suas pernas, e ele sentiu-a molhadinha. O coração disparado, mas, como ele imaginava, o “Juninho” nem sinal. O desespero o tomava cada vez mais e “Carrrrhhhr!”.
Ele começou a tossir ao engolir a fruta, afastando-a atabalhoadamente. “Foi o morango, meu bem?”
Continuava sentado, tossindo, com uma das mãos próxima à traquéia, e a outra apontando para a geladeira.
Ela trouxe água e ele pareceu engasgar-se ainda mais ao beber. Levantou-se, e cambaleante, foi ao banheiro onde, com o dedo na garganta, forçou o vômito várias vezes, na privada.
Ela acompanhava-o de meio metro de distância, apoiada na pia.
Ele, após vomitar até a bílis, abriu o chuveiro, pegou o sabonete e deitou-se no boxe.
- Melhorou, meu bem?
- Arc. É. Porra de morango. Queimou minha garganta toda.
- Vou fazer um café com leite para você.
- Faz um misto também, por favor.
Pensava consigo mesmo que a solução havia sido razoável. Se ela já havia descoberto e estivesse jogando com ele, ele jogaria até o fim. Ao menos não deixava ela caracterizar o flagrante, com a brochada. Ele não brochava nunca – pelo contrário, fazia questão de dar no mínimo três, e geralmente não era esforço. Seria inconteste.
Já avaliava que o dia tinha sido ótimo, por fim: trepou até não agüentar, com a gostosa da Clarice, se salvou de uma boa, e era história para as mesas de bar depois, e estava tomando seu banho enquanto Helena servia um misto e um café. O misto de sua esposa era uma especialidade, algo indescritível aos que nunca experimentaram.
Estava deitado pensando isso quando ouviu na sala o barulho de mensagem no celular.
- Meu bem. Mensagem de... GOSTOSO?!? ESSA TARDE?!? QUEM É CLARICE REIS, GARCIA? JUNINHO??! ELA SABE QUE O NOME É JUNINHO!!
Enquanto passava o xampu anticaspa ele pensava que não devia ter desconfiado de sua esposa – ela não sabia nada. Pensava também que devia ter mais cuidado com celular, e se dormiria na casa da mãe ou do irmão essa noite.
Garcia percebeu a interpreção errada à sua reação. Não era na verdade entusiasmo, e sim realmente susto da situação inesperada. Não sabia o que fazer.
Há três meses estava com tudo planejado, certo, e aquela manhã despediu-se como em todas as outras para ir ao trabalho. Não foi. Buscou Clarice, loira fatal e fogosa, secretária de um dos colégios para os quais ele ensinava, e passou a tarde inteira no motel. Deu oito, conta exata. Estava completamente exaurido. Exaurido, feliz, e relaxado demais para reagir à altura daquela situação.
Além disso, passava-lhe pela cabeça que era coincidência demais, justo nesse dia, aquela história de recepção calorosa.
Na indecisão do que fazer, quando se deu por conta, Helena já havia colocado-o sobre a cadeira e beijava-o, com um morango entre os dentes.
E ficava mais e mais difícil de pensar enquanto ela passou chantilly em sua bochecha, lambeu, perguntou cochichando em seu ouvido “gostosa, meu amor?”, pegou a mão dele e colocou entre suas pernas, e ele sentiu-a molhadinha. O coração disparado, mas, como ele imaginava, o “Juninho” nem sinal. O desespero o tomava cada vez mais e “Carrrrhhhr!”.
Ele começou a tossir ao engolir a fruta, afastando-a atabalhoadamente. “Foi o morango, meu bem?”
Continuava sentado, tossindo, com uma das mãos próxima à traquéia, e a outra apontando para a geladeira.
Ela trouxe água e ele pareceu engasgar-se ainda mais ao beber. Levantou-se, e cambaleante, foi ao banheiro onde, com o dedo na garganta, forçou o vômito várias vezes, na privada.
Ela acompanhava-o de meio metro de distância, apoiada na pia.
Ele, após vomitar até a bílis, abriu o chuveiro, pegou o sabonete e deitou-se no boxe.
- Melhorou, meu bem?
- Arc. É. Porra de morango. Queimou minha garganta toda.
- Vou fazer um café com leite para você.
- Faz um misto também, por favor.
Pensava consigo mesmo que a solução havia sido razoável. Se ela já havia descoberto e estivesse jogando com ele, ele jogaria até o fim. Ao menos não deixava ela caracterizar o flagrante, com a brochada. Ele não brochava nunca – pelo contrário, fazia questão de dar no mínimo três, e geralmente não era esforço. Seria inconteste.
Já avaliava que o dia tinha sido ótimo, por fim: trepou até não agüentar, com a gostosa da Clarice, se salvou de uma boa, e era história para as mesas de bar depois, e estava tomando seu banho enquanto Helena servia um misto e um café. O misto de sua esposa era uma especialidade, algo indescritível aos que nunca experimentaram.
Estava deitado pensando isso quando ouviu na sala o barulho de mensagem no celular.
- Meu bem. Mensagem de... GOSTOSO?!? ESSA TARDE?!? QUEM É CLARICE REIS, GARCIA? JUNINHO??! ELA SABE QUE O NOME É JUNINHO!!
Enquanto passava o xampu anticaspa ele pensava que não devia ter desconfiado de sua esposa – ela não sabia nada. Pensava também que devia ter mais cuidado com celular, e se dormiria na casa da mãe ou do irmão essa noite.
[]´s
7 comentários:
misto, café com leite, xampu anticaspa...... sei......
Biográfico isso é???? huahuahua
muuuiitto bom =D ri pra caramba aqui
ou seja... que grande cagada.
brochar nunda. Aconteceu algo parecido comigo, mas não brochei (que fique bem claro)!
Mas eu também sou assim...
e é por isso que faço de público minha reverência ao meu juninho (que na verdade, nem juninho é, mas passa a ser pra efeito de reverência :))
e parabéns mais uma vez ao baiano e sua excelente veia humorística!
Leila disse...
misto, café com leite, xampu anticaspa...... sei......
Hehehehe :P
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